Tarifas caras, cobranças indevidas, taxistas infratores e carros mal conservados. Esta foi a avaliação da Proteste - Associação de Consumidores sobre o serviço de táxi nas 12 cidades que estão sediando jogos da Copa do Mundo. No Rio de Janeiro, por exemplo, houve cobrança de valores mais altos do que o marcado pelo taxímetro em duas viagens. Na maioria das cidades avaliadas, os taxistas deixaram o taxímetro ligado enquanto preenchiam o recibo de pagamento. Em Recife, um taxista alterou a bandeirada durante o percurso devido à mudança de municípios e não avisou.
Foram constatadas falhas graves no cumprimento do Código de Defesa do Consumidor (CDC), como cobrança de tarifas adicionais e não informação prévia ao consumidor sobre a mudança de bandeira na divisa de municípios. A exibição de adesivos com informações das tarifas foi encontrada apenas em Curitiba, Porto Alegre e no Rio de Janeiro. Embora não sejam obrigatórios em todas as cidades, os adesivos são fundamentais para os passageiros.
Outro ponto negativo foi a infração das regras de trânsito. Foi constatado o uso do celular durante o trajeto em Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Natal, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Já o uso do cinto de segurança não foi oferecido nas cidades de Natal e Salvador. Também foi constatado que apenas 48% dos veículos avaliados tinham GPS. Em Porto Alegre e São Paulo, porém, o aparelho foi encontrado em todas as viagens realizadas.
Externamente, a limpeza e a conservação dos veículos foram consideradas satisfatórias. Internamente, contudo, foram encontradas falhas em quatro carros. Em Belo Horizonte, um dos veículos tinha o estofado encardido.
As diferenças nos preços das corridas foram significativas. A tarifa convencional mais cara foi encontrada em Cuiabá, onde a bandeirada, valor fixado no início da corrida, custa R$ 4,80. A bandeirada mais barata foi encontrada em Manaus, por R$ 3,50, uma diferença de R$ 1,30. O valor da hora parada também tem expressiva diferença entre as cidades. Em Recife, a tarifa é de R$ 13,75 por hora parada, enquanto o mesmo serviço custa R$ 34 em Manaus, uma diferença de R$ 20,25.
A tarifa para cada quilômetro rodado, em Cuiabá, é de R$ 2,82, na bandeira 1, e R$ 3,95, na bandeira 2. O Rio de Janeiro tem os menores valores para essas tarifas, R$ 1,95 na bandeira 1 e R$ 2,34 na bandeira 2. Recife também cobrou R$ 1,95 na bandeira 1.
Para a avaliação foram percorridas quatro rotas diferentes entre aeroporto e hotel e vice-versa nas cidades de Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Cuiabá, Manaus, Fortaleza, Natal, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo.
A primeira rota foi feita em uma cooperativa instalada no aeroporto e as demais em táxi comum. A avaliação verificou taxímetro, a visibilidade do cartão de identificação e adesivo de tarifa, uso do GPS, estado de limpeza e a conservação dos veículos e as infrações cometidas pelos motoristas.
A Proteste encaminhou os resultados do estudo às prefeituras e câmaras municipais das 12 cidades, pedindo fiscalização e aprimoramento legislativo.
Fonte: O Globo - Online
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