O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), João
Rezende, sugeriu nesta terça-feira (4) que as operadoras de televisão
por assinatura criem pacotes reduzidos, destinados a clientes das
classes D e E.
Rezende disse tratar-se apenas de uma sugestão ou de uma “provocação”
para o setor, já que a Anatel não irá interferir nessa questão. “É
preciso que o setor pense nessa questão do volume dos pacotes. Nem todos
os canais o cidadão tem o desejo de receber. Poderia modular mais os
pacotes para as classes D e E. É preciso que haja discussão sobre isso”,
disse ele durante sessão de abertura da Feira e Congresso da Associação
Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA), promovida na capital
paulista.
Para o presidente da ABTA, Oscar Simões, a sugestão é
difícil de ser implantada, porque envolve custos elevados. “O negócio da
TV por assinatura tem dois níveis de investimento. Primeiro você
investe em uma infraestrutura, investindo na rede e no call center.
Na sequência, há um outro custo importante que é o chamado custo de
aquisição de assinante. Para colocar um assinante para dentro da minha
base, é preciso fazer investimento de marketing, comprar
equipamento e pagar uma pessoa para ir à casa desse assinante fazer a
instalação”, disse ele, ressaltando que, se o pacote custasse em torno
de R$ 15, por exemplo, com os altos custos para o setor, seriam
necessários até 40 meses para que os empresários recuperassem somente o
custo de aquisição.
O presidente da ABTA estima que este ano o
setor de TV por assinatura ficará estagnado, com crescimento de 0%.
Segundo ele, houve uma queda de cerca de 10 mil assinantes no setor,
número considerado pequeno e estável. Mas uma das grandes preocupações,
disse Simões, é com o aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias
e Serviços (ICMS) a partir de janeiro.
“O que mais nos assusta no
momento é fazer com que não haja aumento de carga tributária. Três
estados [Mato Grosso e Rio Grande do Sul, além do Distrito Federal] vão
cobrar 50% a mais a partir de janeiro. O ICMS, que era de 10%, será de
15%. Aumenta o preço, reduz a demanda e reduz a base”, reclamou Simões.
Sobre
a reclamação feita pelo presidente da ABTA, Rezende respondeu que a
Anatel não tem poder nenhum para impedir isso. “Mas estamos sempre
alertando sobre o aumento de carga tributária que, de fato,
principalmente nos estados, é um risco muito grande.”
Fonte: Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário