O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) voltou a exigir o uso de
simulador eletrônico de direção nos cursos de formação de condutores em
todo o Brasil. Para atender à resolução, as autoescolas terão que
adquirir o equipamento, que custa em média R$ 40 mil, até o dia 31 de
dezembro deste ano.
A
obrigatoriedade do simulador havia sido exigida anteriormente pelo
órgão, mas foi prorrogada devido a dificuldades de atendimento de
demandas de fabricantes e adaptações nas empresas credenciadas pelos
Departamentos Estaduais de Trânsito (Detrans). Caso a decisão seja
mantida até o final do ano, os alunos deverão substituir cinco horas das
aulas de direção no trânsito por simulação no equipamento.
Em
Campos, as autoescolas aguardam nova decisão que suspenda ou prorrogue,
mais uma vez, a obrigatoriedade. Além de questionar o alto investimento
que deve ser feito na compra do simulador, as empresas também colocam em
discussão a eficácia do equipamento.
Empresário critica a resolução
O
empresário Marco Antônio Gomes Gonçalves, proprietário de uma Auto
Escola em Guarus, criticou a decisão e disse acreditar que ela pode ser
suspensa. “Da última vez conseguimos decisão favorável às autoescolas.
Desta vez deve acontecer o mesmo. Esta é uma exigência que não tem
cabimento. É um investimento alto demais a ser feito neste momento que
país inteiro passa por uma crise financeira feroz”, argumentou.
Ele
ainda avaliou que as aulas práticas, com instrutor e no trânsito, são
muito mais proveitosas. Marco complementou que no equipamento o aluno se
comporta de forma despreocupada, justamente porque sabe que não corre
riscos de fato. “Preparamos o instrutor para levar o aluno para o
trânsito real. É um desperdício colocar uma pessoa qualificada para
acompanhar o aluno dirigindo num videogame. Na verdade é assim que vejo o
simulador, como um videogame”, criticou.
Marco lembrou que há
aproximadamente 15 anos o Contran fez uma exigência semelhante. As
autoescolas compraram os simuladores e seis meses depois a decisão foi
suspensa. “Corremos risco desta situação se repetir. O que faremos com o
simulador num caso deste? Levaremos um videogame de R$ 40 mil para casa
para os filhos brincarem?”, ironizou.
Fonte: O Diário
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