segunda-feira, 26 de junho de 2017

IBGE inicia coleta de dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares


Movimento no comércio da Rua 25 de Março no mês do NatalA coleta de dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi iniciada hoje e tem como tema Condições de Vida e Hábitos de Consumo das Famílias brasileiras. O levantamento, feito a cada 6 ou 7 anos, demora 12 meses e visitará, nesta edição, mais de 75 mil domicílios de 1.900 municípios com o objetivo de atualizar os itens de consumo das famílias e a estrutura de ponderação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país.
O gerente da pesquisa, André Martins, explicou hoje (26) que a investigação reúne informações detalhadas do consumo e utilização dos recursos das famílias. “Como alocam esses rendimentos e como executam a sua estrutura de despesa, por exemplo. A partir dessas informações, a gente vai atualizar a estrutura de despesa das famílias, que são superimportantes para os índices de preços do IBGE, como a inflação oficial. Permite a realização de vários estudos importantes, como conhecer o estado nutricional da população. É também uma fonte de dados riquíssima para os pesquisadores e estudantes que realizam várias pesquisas com os dados que o IBGE oferece”, disse ele.
Amostra aleatória
A amostra de domicílios a ser visitada em todo o país é aleatória, a partir do Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos (Cnef). Em cada casa selecionada, serão aplicados seis questionários sobre as características do domicílio e dos moradores; aquisição coletiva; caderneta para anotação diária de aquisição coletiva; aquisição individual; trabalho e rendimento individual; e avaliação das condições de vida.
“A partir dessas informações você pode entender melhor e criar novas políticas públicas associadas às despesas das famílias, como a relação de despesa com planos de saúde, aquisição de gêneros alimentícios e despesas escolares. Conhecendo todo esse processo, toda essa estrutura de despesa, você pode acompanhar políticas públicas para habitação, transporte, gastos com educação, saúde e outros tipos de análise que são importantes para a nossa sociedade”, afirmou Martins.
Serão mil agentes de pesquisa do IBGE visitando os domicílios e o levantamento em cada um leva nove dias, sendo o primeiro para a abordagem inicial com o  questionário inicial, além da explicação sobre como preencher a caderneta das despesas diárias, que deve ser feita por sete dias seguidos. O agente volta ao domicílio quantas vezes considerar necessário, em horário combinado com a família. No nono dia, é aplicado o último questionário e são recolhidos os demais que ficaram para preenchimento da família.
Segurança alimentar
Em cerca de 30 mil domicílios, será aplicado também um sétimo questionário, que é o bloco de consumo alimentar pessoal. Segundo Martins, o objetivo é verificar a segurança alimentar da população associada ao padrão de consumo de alimentos.
“Vamos aplicar a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar, já utilizada em pesquisas domiciliares anteriores do IBGE, como a Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílio (Pnad), divulgando dados sobre a segurança alimentar, e nós temos a maioria dos domicílios nessa condição. Essa informação - com as de despesa com gêneros alimentícios - vai permitir entender melhor a questão, que tipo de despesa se faz, que tipo de alimento se compra e como está a ingestão de energia, sal e açúcar. As pesquisas anteriores mostraram que a nossa população está com uma ingestão alta de sal e açúcares e isso precisa melhorar”, acentuou Martins.
De acordo com ele, os dados levantados permitirão ao Brasil acompanhar a implantação de dez dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), que são metas para o mundo atingir até o ano de 2030. Entre elas, a erradicação da pobreza, fome zero, boa saúde e bem estar, educação de qualidade, igualdade de gênero, água limpa e saneamento e emprego digno e crescimento econômico.
A pesquisa é feita desde 1970 e acompanha as mudanças nos hábitos de consumo do brasileiro. Por meio da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), por exemplo, foram verificados o aumento do peso das refeições fora de casa e o crescimento do consumo digital com a popularização da telefonia celular e da internet.
Também se verificou que, na última pesquisa, feita em 2008/2009, os gastos com transporte consumiam 18% do orçamento familiar e alimentação e bebida chegavam a 25%. Esta é a sexta vez que o levantamento é feito e a divulgação dos dados está prevista para 2019, quando também começa a ser implementada a POF contínua, para fazer a avaliação mais sistemática do orçamento familiar no país.
Fonte: Agência Brasil

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