Fortalecimento muscular e exercícios de equilíbrio podem ajudar a
prevenir as quedas entre os idosos, segundo alerta feito ontem (22) em
ação do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (USP). Segundo a Organização Mundial de Saúde,
as quedas são a sexta causa de óbito em pessoas com mais de 65 anos.
O
geriatra do HC Alexandre Leopold Busse explica que, ao contrário dos
jovens e adultos, os idosos não conseguem se proteger durante um tombo, o
que pode ocasionar hematomas, fraturas e até traumatismo craniano.
“Depois
da fratura, a pessoa fica acamada e acaba desenvolvendo pneumonia,
trombose, embolia pulmonar. Fora que a pessoa acamada também adquire
outros riscos como infecções”, disse.
Idade avançada
O
fortalecimento muscular é essencial na vida do paciente com idade
avançada, segundo o geriatra. “O medo de cair acaba levando a pessoa a
diminuir as atividades sociais e fazendo com que ela fique mais
sedentária. Isso gera um círculo vicioso e a deixa mais vulnerável a
quedas”, afirmou.
Aparecida Isabel Sanches, 76 anos, participa de
um programa no HC de exercícios com profissionais de educação física,
voltado ao fortalecimento dos pés, das pernas e dos braços. Ela também
faz atividades para manter o equilíbrio.
“Ficar numa perna só com
o olho fechado e andar de costas são alguns exercícios. Eles ajudam
muito, nem me lembro a última vez que levei um tombo, nunca tive um que
foi sério. Eu acho que ajuda na prevenção, são exercícios cognitivos
para você prestar atenção no ambiente, a ter barras no banheiro, não ter
tapetes soltos, chão molhado, animais e brinquedo dos netos
espalhados”, disse Aparecida.
Para Deise Ferreira, fisioterapeuta
do HC, a dupla tarefa, como caminhar mexendo no celular, está entre as
principais causas de quedas. “A mobilidade pode estar comprometida, mas
tem que trabalhar a parte cognitiva. Às vezes, ele está andando, tem um
piso molhado, ele tem que desviar”, disse. É preciso ter atenção,
segundo ela, também dentro de casa, já que a maioria dos idosos se
acidenta nesse ambiente. “Em casa, eles acham que estão mais seguros e
ficam mais dispersos”, explicou.
Maria Aparecida da Costa, 75
anos, segue à risca as orientações recebidas. “Eu tomo o máximo de
cuidado. Até agora, só caí no chão de terra da chácara onde moro, não
foi sério. Agora, bater as coisas nas canelas isso acontece”, disse a
idosa.
Fonte: EBC
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