Centrais sindicais e movimentos sociais convocaram para hoje (30) uma nova greve geral em protesto contra as reformas da Previdência e trabalhista. Esta é a segunda greve geral nacional convocada pelas centrais sindicais.
A
primeira ocorreu no dia 28 de abril, quandos trabalhadores de várias
categorias pararam em diversas cidades do país. Na ocasião, houve
bloqueio de vias e rodovias e confronto entre policiais e manifestantes.
De
acordo com o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT),
Vagner Freitas, as refomas propostas pelo governo federal trazem riscos
trabalhadores e para o país. “Não vai ter geração de
emprego, vai ter bico institucionalizado. Vai ser o fim do emprego
formal, que garante direitos conquistados, como férias e décimo terceiro
salário”, diz Freitas. Na última quarta-feira (28), houve aprovação do parecer favorável à reforma trabalhista na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
O
secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna,
diz que a ideia do movimento é tentar pressionar o Congresso Nacional
para ampliar a negociação sobre as reformas. “As paralisações e
manifestações são os instrumentos que estamos usando para pressionar e
ter uma negociação mais séria em Brasília que não leve a um prejuízo aos
trabalhadores”, diz.
O governo federal argumenta que as reformas
são necessárias para garantir o pagamento das aposentadorias no futuro e
a geração de postos de trabalho, no momento em que o país vive uma
crise econômica. O argumento é que, sem a aprovação da reforma da
Previdência, a dívida pública brasileira entre em "rota insustentável" e pode “quebrar” o país”,
como disse o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira. Sobre a reforma
trabalhista, o governo afirma que a proposta moderniza a Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT), de 1943. E que as novas regras, como a que
define que o acordo firmado entre patrão e empregado terá mais força que
a lei, estimulará mais contratações.
Adesão
Adesão
A
adesão dos trabalhadores nesta greve poderá ser menor do que a
registrada na paralisação do dia 28 de abril, porque em diversas cidades
os empregados do setor de transportes decidiram não aderir por causa
das multas em recebidas pela greve anterior. “Teremos dificuldade de
paralisação em serviços de transporte, que é a espinha dorsal de
qualquer paralisação nacional, porque na outra greve muitos sindicatos
sofreram multas”, disse Juruna. As centrais não informaram um
levantamento com quantas categorias devem parar e em quais estados.
São Paulo
Em
São Paulo, os rodoviários não vão aderir à paralisação. O metrô deve
funcionar parcialmente. Uma liminar do Tribunal Regional do Trabalho da
2ª Região (TRT-2) determinou que 80% dos metroviários trabalhem em
horário de pico (das 6h às 9h e das 16h às 19h). Nos demais períodos, o
efetivo deverá ser de 60%. Em caso de descumprimento, será aplicada
multa no valor de R$ 100 mil. A direção do Metrô havia pedido a manutenção do efetivo de 100% para os horários de pico, 70% para os demais períodos e multa de R$ 500 mil.
O tribunal aplicou as mesmas regras para os rodoviários em Santo André, Mauá e região. O
pedido ao tribunal foi feito pela Transportadora Turística Suzano LTDA
contra o Sindicato de Trabalhadores nas Empresas de Transporte Rodoanexo
ABCDMRP e Região da Serra
Segundo a CUT, haverá a adesão de bancários, professores, petroleiros e profissionais da saúde no estado.
Rio de Janeiro
A
CUT prevê que a adesão no Rio de Janeiro deve incluir os petroleiros,
metalúrgicos, vigilantes e servidores públicos, além de bancários e
professores.
Distrito Federal
A
expectativa é que tanto os metroviários quanto os rodoviários façam
paralisação, além de bancários, professores e trabalhadores do
Judiciário. Funcionários da área da saúde e dos Correios também devem
parar.
A Justiça Federal determinou que seja garantido o
funcionamento mínimo de 30% das frotas de ônibus e metrô. A pena para o
descumprimento da decisão é de R$ 2 milhões para os dois sindicatos que
representam os trabalhadores do transporte terrestre no DF.
Na
decisão, o juiz Renato Borelli, da 20ª Vara Federal, argumentou que os
serviços de transporte coletivo têm caráter essencial. “A paralisação
sem garantia do mínimo razoável claramente compromete a continuidade dos
serviços públicos federais, na medida em que impede ou dificulta
demasiadamente os servidores públicos, sem interesse de participar do
movimento, a acessar seus postos de trabalho”, diz Borelli.
No
entanto, o Metrô-DF informou que não irá funcionar durante todo o dia
nesta sexta-feira, porque não tem condições de garantir a segurança da
operação com apenas 30% da frota.
Por causa da greve, a Polícia
Militar informou que mais de 2,6 mil policiais irão atuar "em dois
turnos ininterruptos de forma a garantir o direito de manifestação e ao
mesmo tempo proteger a população e o patrimônio”.
O acesso à
Esplanada dos Ministérios será limitado. Os acessos por avenidas
paralelas (S1 e N1) foram fechados a partir da meia-noite desta
sexta-feira, na altura da Rodoviária do Plano Piloto. Somente veículos
oficiais serão autorizados a transitar na região. Equipes também farão
revistas pessoais.
A Secretaria de Segurança Pública e Paz Social
do Distrito Federal autorizou a entrada de dois carros na Esplanada dos
Ministérios. Os veículos serão colocados na área da manifestação antes
do evento e não irão transitar entre os manifestantes, como em atos
anteriores.
A polícia informou que para eveitar danos ao
patrimônio público, os ministérios serão cercados e será implantada uma
barricada em frente ao Congresso Nacional, também será reforçado os
acessos aos prédios anexos dos ministérios.
O Batalhão de
Policiamento Rodoviário irá fiscalizar os ônibus que chegarem ao
Distrito Federal para manifestação. Serão feitas abordagens nas BRs 020,
040, 060 e 070.
Fonte: Agência Brasil
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