O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse ontem (28) que o
Produto Interno Bruto (PIB) do país deverá crescer em 2017 menos que o
previsto pelo governo – a previsão oficial é de elevação de 0,5% do PIB.
O ministro classificou a alteração da previsão como “moderada”, e disse
que o governo deverá divulgar oficialmente, nos próximos dias, a nova
estimativa.
“É importante dizer que existe um certo ajuste, mas
não é um ajuste onde haja um impacto relevante”, disse o ministro, em
resposta ao ser questionado sobre os impactos da crise política na
economia.
Meirelles disse ainda que a previsão de crescimento do
último trimestre de 2017 em relação a igual período de 2016 também será
revisada para baixo. “Nós chegamos, a um certo momento, a [prever um
crescimento de] 2,7%. Não mudamos essa previsão ainda formalmente mas,
de fato, ela tem um certo viés de baixa. Mas não é algo que será abaixo
de 2%. Será acima de 2%. Qualquer coisa entre 2% e 2,7%. Temos aí um
efeito [da crise política], mas um efeito moderado” disse.
O ministro da Fazenda ressalvou, no entanto, que diversos sinais
econômicos do país mantêm-se positivos, como a geração de empregos, a
queda no desemprego, a inflação em queda, e o aumento do poder de
compra. “Existe toda uma série de fatores econômicos que dão sustentação
à trajetória de crescimento”, destacou.
Aumento de impostos
O
ministro da Fazenda disse também que, em razão dos últimos resultados
da meta fiscal, o governo não descarta a elevação de impostos. Ele
ponderou, no entanto, que nenhuma decisão foi tomada nesse sentido.
"Existe uma série de questões na linha de arrecadação que precisam estar
melhor definidas e claras para que possamos tomar a decisão sobre
medidas adicionais. Se for necessário aumentar impostos, vamos fazê-lo”,
disse.
Segundo o ministro, a decisão sobre a elevação tributária
depende de fatores como os resultados dos futuros leilões de
hidrelétricas e de campos de óleo e gás, da nova etapa do programa de
repatriação de recursos estrangeiros e o cancelamento de precatórios não
sacados pelo beneficiário no prazo de dois anos - o que devolveria ao
Tesouro Nacional cerca de R$ 8 bilhões. Além disso, segundo, Meirelles, o
aumento da atividade econômica nos próximos meses poderia reequilibrar a
arrecadação.
“A queda de arrecadação é uma queda importante,
produto principalmente das maturações, dos prejuízos fiscais das
empresas, efeito tributário que está acontecendo no momento. Então tem
uma queda de arrecadação defasada em relação à atividade. Teve uma queda
na atividade muito grande nos últimos dois anos, e a atividade agora
está crescendo, mas a receita sofre ainda aquela queda dos resultados
das empresas dos anos anteriores”.
Fonte: Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário