quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Consórcios devem manter ritmo de crescimento em 2014, estima Abac


Os dados ainda não foram consolidados, mas apontam para um crescimento do número de consorciados no Brasil de 10% até o final de 2013, de acordo com a estimativa da Abac (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios). No mês de outubro, data do último levantamento divulgado pela associação, a quantidade de consórcios bateu recorde ao ultrapassar os 5,63 milhões. O número é praticamente o dobro do verificado em 2000, quando somou 2,81 milhões de consorciados.

Para o próximo ano, a expectativa do setor é que o crescimento permaneça neste mesmo ritmo, impulsionado principalmente por um consumidor mais engajado na busca por uma programação financeira. "O maior esforço para conter a inflação, aliado à menor taxa de desemprego também são fatores positivos para manter o mesmo percentual de crescimento para o ano que vem", avalia o presidente da Abac, Paulo Roberto Rossi.
Há alguns anos, o executivo aponta para uma estimativa positiva para o setor de consórcios. Para ele, mesmo diante de uma perspectiva de crescimento instável da economia brasileira para o próximo ano e com um maior número de pessoas de posse do primeiro carro ou imóvel, o consórcio ganha espaço como uma alternativa de "poupar" e garantir a aquisição de novos bens no longo prazo.
A proposta do consórcio, na visão de Rossi, é que com o planejamento financeiro, seja evitado o endividamento excessivo e com oportunidade de concretizar seus objetivos mensalmente por sorteio ou oferecendo lance, os consumidores façam adesão a grupos de consórcio.
Expectativa por segmentos
O levantamento realizado nos nove primeiros meses do ano, que revelou o novo recorde do segmento, foi puxado principalmente pelo consórcio de veículos automotores, com participação de 86,8%. O segmento deve permanecer fortalecido no próximo ano, tendo como um dos motivos o possível retorno da taxa do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para os patamares originais, que deve dificultar o financiamento de veículos.
Em seguida, aparecem os consórcios de imóveis, eletroeletrônicos e outros bens duráveis, além de serviços, que responderam por 12,3%, 0,6% e 0,3% do setor, respectivamente. No setor imobiliário, as vendas de sistemas de consórcios devem ser incentivadas com a orientação ao consumidor sobre a possibilidade do uso do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
O aumento do teto para compra de imóveis residenciais pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) de R$ 500 mil para R$ 750 mil para os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal e de R$ 650 mil para os demais também é visto como um facilitador para este tipo de negociação. 
No setor motociclístico, o crescimento em outubro foi de 3,7%, ficando em 45% contra 43,4%. Esta categoria também deve permanecer fortalecida pela possibilidade de renovação da frota ou pela maior programação para a sua aquisição. Seguindo a mesma linha, para o próximo ano, as empresas tendem a buscar a alternativa para aumentar ou atualizar os veículos pesados, considerando as taxas de juros mais atrativas e possibilidade de programar a aquisição. 
A associação afirma ainda que campanhas de marketing estão sendo fortalecidas com o intuito de levar ao consumidor mais informação sobre como funciona e como adquirir um veículo ou imóvel por meio do sistema de consórcio. "Estamos em uma campanha para incentivar o Brasil a redescobrir o consórcio", completa Rossi.

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