Os dados ainda não foram consolidados, mas apontam para um crescimento do número de consorciados no Brasil de 10% até o final de 2013, de acordo com a estimativa da Abac (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios). No mês de outubro, data do último levantamento divulgado pela associação, a quantidade de consórcios bateu recorde ao ultrapassar os 5,63 milhões. O número é praticamente o dobro do verificado em 2000, quando somou 2,81 milhões de consorciados.
Para o próximo ano, a expectativa do setor é que o crescimento permaneça neste mesmo ritmo, impulsionado principalmente por um consumidor mais engajado na busca por uma programação financeira. "O maior esforço para conter a inflação, aliado à menor taxa de desemprego também são fatores positivos para manter o mesmo percentual de crescimento para o ano que vem", avalia o presidente da Abac, Paulo Roberto Rossi.
Há alguns anos, o executivo aponta para uma estimativa positiva para o setor de consórcios. Para ele, mesmo diante de uma perspectiva de crescimento instável da economia brasileira para o próximo ano e com um maior número de pessoas de posse do primeiro carro ou imóvel, o consórcio ganha espaço como uma alternativa de "poupar" e garantir a aquisição de novos bens no longo prazo.
A proposta do consórcio, na visão de Rossi, é que com o planejamento financeiro, seja evitado o endividamento excessivo e com oportunidade de concretizar seus objetivos mensalmente por sorteio ou oferecendo lance, os consumidores façam adesão a grupos de consórcio.
Expectativa por segmentos
O levantamento realizado nos nove primeiros meses do ano, que revelou o novo recorde do segmento, foi puxado principalmente pelo consórcio de veículos automotores, com participação de 86,8%. O segmento deve permanecer fortalecido no próximo ano, tendo como um dos motivos o possível retorno da taxa do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para os patamares originais, que deve dificultar o financiamento de veículos.
Em seguida, aparecem os consórcios de imóveis, eletroeletrônicos e outros bens duráveis, além de serviços, que responderam por 12,3%, 0,6% e 0,3% do setor, respectivamente. No setor imobiliário, as vendas de sistemas de consórcios devem ser incentivadas com a orientação ao consumidor sobre a possibilidade do uso do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
O aumento do teto para compra de imóveis residenciais pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) de R$ 500 mil para R$ 750 mil para os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal e de R$ 650 mil para os demais também é visto como um facilitador para este tipo de negociação.
No setor motociclístico, o crescimento em outubro foi de 3,7%, ficando em 45% contra 43,4%. Esta categoria também deve permanecer fortalecida pela possibilidade de renovação da frota ou pela maior programação para a sua aquisição. Seguindo a mesma linha, para o próximo ano, as empresas tendem a buscar a alternativa para aumentar ou atualizar os veículos pesados, considerando as taxas de juros mais atrativas e possibilidade de programar a aquisição.
A associação afirma ainda que campanhas de marketing estão sendo fortalecidas com o intuito de levar ao consumidor mais informação sobre como funciona e como adquirir um veículo ou imóvel por meio do sistema de consórcio. "Estamos em uma campanha para incentivar o Brasil a redescobrir o consórcio", completa Rossi.
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