segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Financeiras dão crédito até para quem tem nome sujo, com custo até 14 vezes maior

A Crefisa promete dinheiro para negativado em até 24 horas
As promessas são tentadoras: dinheiro liberado rapidamente, sem complicação, até para quem está com o nome sujo. Os alvos: servidores públicos e aposentados e pensionistas do INSS. O problema: altas taxas de juros que, ao ano, podem chegar a quase 1.000%. Crefisa e Agiplan fazem empréstimos para um público que os grandes bancos não atendem mais: os negativados, que já têm 30% do salário comprometido com algum crédito consignado (com desconto em folha). Mas, para compensar os riscos de um calote, essas financeiras cobram taxas 14 vezes maiores.
A comparação é feita por Ione Amorim, economista do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec). Com base em dados do Banco Central (BC) — que fiscaliza as instituições, mas não tem o poder de controlar as taxas cobradas por elas —, a economista calculou que a média de juros dos seis grandes bancos é de 65% ao ano (“uma taxa extremamente elevada, diz ela”) contra 931% ao ano, média das duas financeiras.
— É um roubo mesmo, quase uma agiotagem — diz Ione.
A opinião da especialista é compartilhada pela defensora pública do Estado do Rio Larissa Davidovich.
— É uma agiotagem legalizada, os juros são extorsivos. As empresas dão crédito para quem não pode pagar. Os serviços de proteção ao crédito protegem tanto o mercado, quanto o consumidor, evitando que se endivide mais.

O EXTRA foi a duas agências para simular um empréstimo de R$ 2 mil. Na Crefisa, o valor transformou-se em oito parcelas de R$ 566,59, totalizando R$ 4.532,72, com uma taxa de 22,88% ao mês, segundo cálculos do economista Gilberto Braga, professor do Ibmec. Na Agiplan, o crédito seria parcelado em 12 vezes de R$ 400, ou seja, R$ 4.800 no fim, com taxa mensal de 16,94%.
 
Fonte: Extra - Online

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