Os
brasileiros vão ter que trabalhar mais tempo para se aposentar. Por
outro lado, vão receber o benefício integral e não mais reduzido pelo
Fator Previdenciário — que provoca até 40% de perdas — caso a proposta
defendida pelo ministro da Previdência, Carlos Gabas, seja aprovada. O
titular da pasta retomará a iniciativa, que conta com apoio de centrais
sindicais e parlamentares no Congresso, para acabar com o fator no
cálculo das aposentadorias do INSS. Ele defende a troca do atual
sistema, que tem como base a expectativa de vida do trabalhador pela
chamada Fórmula 85/95.
O
novo critério considera a soma da idade do segurado com o tempo de
contribuição, no caso de 85 pontos para mulheres e de 95, para homens.
Cada ano de contribuição e de idade corresponderiam a um ponto nessa
conta.
“No
momento certo em que a discussão vier (o fim do fator), eu defendo
somar idade e tempo de contribuição”, afirmou Gabas, ressaltando que o
fator não cumpriu papel de retardar aposentadorias por tempo de serviço,
apesar de reduzir valores na concessão.
A
declaração do ministro animou sindicalistas e parlamentares. Ela foi
bem recebida pelo presidente da Força Sindical, Miguel Torres, que tem
participado das discussões com o governo que resultaram na edição das
Medidas Provisórias 664 e 665. Essas MPs modificam as regras da
concessão de seguros-desemprego, pensão por morte, auxílio-doença e
abono salarial.
“Temos
reunião na quarta-feira (amanhã) para tratar da rotatividade de mão de
obra. Eu topo inverter a pauta e tratar do fim do fator antes. A
discussão é antiga. Foi travada no Fórum da Previdência em 2007. Mas não
houve acordo na época”, lembrou Torres.
O
deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) defendeu a votação do PL
3.299/08 no plenário da Câmara que prevê a substituição do fator pela
Fórmula 85/95. De autoria do senador Paulo Paim (PT/RS), o projeto foi
aprovado em 2008 no Senado e seguiu para a Câmara. Passou pelas
comissões e desde novembro de 2009 aguarda para ser analisado em
plenário
“O
governo não deixou o projeto andar mais desde que veio para a Câmara.
Mas agora, com a posição do ministro da Previdência, temos que retomar a
pressão para votá-lo”, afirmou o deputado. Levantamento feito pelo DIA mostra
que mais de 90 requerimentos para votação em plenário foram feitos por
diversos deputados de partidos diferentes desde novembro de 2009 e
fevereiro deste ano. Mas nenhum foi aprovado.
Segundo
o ministro, o foco do governo Dilma atualmente é aprovar as MPs 664 e
665, que enfrentam resistência de partidos de oposição, das centrais e
da base no Congresso. E por isso haverá esforço para convencer toda a
sociedade sobre a necessidade de aprová-las. Ele defende não ser
possível arcar com benefícios com o aumento da expectativa de vida dos
brasileiros.
Fonte: O Dia
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