Terminou na terça-feira (20) o prazo para que as empresas paguem aos
trabalhadores a segunda parcela do 13º salário. A estimativa do
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
(Dieese) é que o pagamento integral do salário extra tem potencial para injetar R$ 197 bilhões
na economia este ano. Com a crise econômica, no entanto, a parcela
desse montante destinada ao consumo tende a ser menor que em anos
anteriores, avaliam especialistas.
“Tradicionalmente, sim, pelo menos uma parte [deve ser destinada ao
consumo]. Tradicionalmente, também, grande parte tende a ser para quitar
dívida. [A renda extra] sempre é um estímulo para o comércio, mas não
tão grande assim. E este ano deve ser inferior aos outros anos”,
acredita o economista Júlio Miragaya, presidente do Conselho Federal de
Economia (Cofecon).
Miragaya afirmou que quitar os pagamentos em
atraso é a opção mais acertada. “Consumir com débito no banco não tem
jeito”, comenta. O economista Gilberto Braga, do Ibmec-RJ lembra, ainda,
que quanto mais o consumidor demorar a pagar a dívida, maiores serão os
juros.
“A prioridade é botar a vida financeira em dia, até
porque as pessoas que estão endividadas estão pagando juros, mais caros
do que qualquer aplicação do dinheiro do 13° possa render. Eu imagino
que essa vai ser a opção da maioria das pessoas, mas existe uma parte
que coloca a vida em dia de maneira que possa fazer novos
endividamentos”, disse.
O economista ressaltou que o Natal é uma
época de consumo “emocional” e que, por isso, os recursos do 13° devem
também dar fôlego à atividade econômica. “As pessoas têm necessidade de
fazer ceia, presentear familiares. Não é da índole do trabalhador não
festejar”, afirma.
Fonte: Agência Brasil
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