A taxa de juros do rotativo do cartão de crédito chegou ao recorde de
482,1% ao ano, em novembro, informou hoje (23) o Banco Central (BC). A
taxa subiu 6,3 pontos percentuais em relação a outubro e foi a maior da
série histórica iniciada em março de 2011.
O rotativo é o crédito
tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura
do cartão. Ontem, o governo anunciou a limitação da permanência do
cliente no rotativo do cartão de crédito por 30 dias. Essa medida ainda
será implementada e poderá reduzir pela metade da taxa de juros do
cartão de crédito, a partir do fim do primeiro trimestre do ano que vem,
segundo previsão do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
O
chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, disse que é
preciso aguardar uma melhor definição das medidas para avaliar o feito
na redução dos juros. “A expectativa é que as medidas tragam maior
racionalização do uso do cartão de crédito e com isso redução de
custos”, disse.
Acrescentou que, mesmo sem as medidas, atualmente
é possível fugir dos juros caros do rotativo, optando, por exemplo,
pelo parcelamento do saldo da fatura do cartão. Em novembro, os juros do
crédito parcelado ficaram em 155% ao ano. “O crédito rotativo é
emergencial, por prazo curto, em algumas situações que precisam de
crédito imediato”, especificou.
Outra taxa de juros alta na
pesquisa mensal do BC é a do cheque especial, que chegou ao novo recorde
de 330,7% ao ano. Essa é a maior taxa da série histórica iniciada em
julho de 1994. A taxa média de juros para as famílias ficou estável em
73,6% ao ano, em novembro, comparada a outubro.
Inadimplência do crédito
A
inadimplência do crédito, considerados atrasos acima de 90 dias, para
pessoas físicas caiu 0,1 ponto percentual para 6,1%. A taxa de
inadimplência das empresas caiu 0,2 ponto percentual para 5,4%. A taxa
média de juros cobrada das pessoas jurídicas caiu 0,5 ponto percentual
para 29,9% ao ano.
Esses dados são do crédito livre em que os
bancos têm autonomia para aplicar o dinheiro captado no mercado e
definir as taxas de juros.
No caso do crédito direcionado
(empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente,
aos setores habitacional, rural e de infraestrutura) a taxa de juros
para as pessoas físicas ficou estável em 10,2% ao ano. A taxa cobrada
das empresas caiu 0,9 ponto percentual para 11,1% ao ano. A
inadimplência das famílias caiu de 0,1 ponto percentual para 1,9% e das
empresas permaneceu em 1,8%.
O saldo de todas as operações de
crédito concedido pelos bancos subiu 0,3% de outubro para novembro, mas
no ano registra queda de 3,6%. No mês passado, o saldo ficou em R$ 3,104
trilhões. Esse saldo correspondeu a 49,5% de tudo o que o país produz –
Produto Interno Bruto (PIB), em novembro ante o percentual de 49,7%
registrado em outubro deste ano.
Fonte: EBC
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