Com a recessão econômica, o crédito no Brasil deve apresentar, este
ano, o primeiro recuo já registrado pelo Banco Central (BC). A projeção é
que a retração no saldo das operações de crédito chegue a 3%, este ano,
a primeira da série histórica iniciada em março de 2007.
Em 12
meses acumulados até novembro, o recuo ficou em 2,3%, o que levou o BC a
revisar a estimativa que era de queda de 2%. Para o próximo ano, a
expectativa é de retomada do crédito, com estimativa de crescimento do
saldo em 2%.
Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC,
Tulio Maciel, essa retração está associada à queda da atividade
econômica. Maciel lembra que em 2015, primeiro ano da recessão
econômica, houve desaceleração no saldo do crédito, que registrou
crescimento de 6,7%, depois da expansão de 11,3%, em 2014.
O crédito para as empresas foi o mais atingido pelo recuo, de acordo
com Maciel. Em 2015, o crédito para esse segmentou cresceu 6,3%, mas
deve recuar mais de 7% em 2016. Já o crédito para as famílias
desacelerou, mas não chegou a apresentar queda. Em 2015, houve expansão
de 7,1% e em 12 meses até novembro deste ano, o crescimento é de 3,2%.
Segundo
Maciel, crescimento para as famílias é influenciado pelo crédito
imobiliário. “O crédito imobiliário cresce em 12 meses 6,8%. É um
percentual significativo. Ainda assim o crédito imobiliário tem uma
tendência desde de 2010 de moderação. Em 2010 cresceu 56%”, destacou
Maciel.
Taxas de juros
Maciel comentou ainda que as taxas de juros
dos empréstimos começaram a cair em novembro. “Esse foi o primeiro mês
de queda das taxas de juros depois de um longo período de alta, desde
dezembro”, disse.
Ele acrescentou que o efeito da redução da taxa
básica de juros, a Selic, no custo do crédito para os tomadores leva
tempo para ser sentido. “Esse é m movimento que ocorre gradativamente. A
tendência é que venha impactar ao longo do tempo”, disse.
A
Selic foi reduzida em 0,25 ponto percentual nas duas últimas reuniões do
Comitê de Política Monetária (Copom) e o BC tem sinalizado que pode
intensificar o ritmo de corte na taxa em 2017. Atualmente a Selic está
em 13,75% ao ano.
Fonte: Agência Brasil
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