Após a aprovação do teto para os gastos públicos, as mudanças na
Previdência Social passam a ser prioridade do governo em 2017, disse
hoje (21) o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Em café da manhã
com jornalistas, ele declarou que esse será o principal item da agenda
do governo no próximo ano.
“A priorização é fundamental em
qualquer atividade, inclusive na atividade legislativa, não há dúvida. A
prioridade número um, certamente, é a reforma da Previdência”, disse
Meirelles. Ele também destacou as medidas microeconômicas que pretendem
aumentar a produtividade do país, as mudanças tecnológicas que facilitam
a vida dos cidadãos e das empresas, como a simplificação do pagamento
de impostos e de obrigações trabalhistas [http://goo.gl/UhHSO2].
“O
governo federal não está de mãos atadas. Tem adotado ações positivas
para o crescimento. Esse governo não adotará praticas artificialistas,
que levaram a grandes fracassos no passado. Não há ideias iluminadas
para a economia comece a crescer rapidamente. A economia tem sua
dinâmica”, enfatizou.
Dívida dos estados
Para o ministro, este ano
mostrou que o Brasil está enfrentado questões fundamentais e está
empenhado em resolver os problemas fiscais. Em relação ao projeto que
cria condições especiais de renegociação para os estados mais afetados
pela crise econômica, Meirelles minimizou a derrota na votação de ontem
(20) e disse que as contrapartidas derrubadas pelos deputados serão
mantidas nas negociações individuais com os estados que pedirem socorro.
“Adotamos
uma postura firme de que o ajuste fiscal é condição essencial. Os
estados terão de apresentar as condições a serem aprovados pelo governo.
Se não cumprirem, serão excluídos [do programa]. O projeto mantém o
essencial porque os estados terão de fazer os ajustes para serem
aprovados pelo Ministério da Fazenda e homologados pelo presidente
Michel Temer”, declarou.
O ministro não quis antecipar se o
presidente Temer irá sancionar ou vetar o texto aprovado na Câmara dos
Deputados. Segundo ele, todas as possibilidades estão sendo estudadas.
“Nossa posição é de responsabilidade. Não se precipitar e não tomar
reações não bem pensadas. Não temos nossa decisão aqui na manhã do
primeiro dia [seguinte à derrota na Câmara]”, afirmou
Inflação
No
balanço de fim de ano, o ministro destacou ainda os esforços do Banco
Central (BC) para reduzir a inflação. Segundo ele, o dado ajudará o
Banco Central a definir melhor a trajetória para os juros básicos da
economia em 2017, e o Ministério da Fazenda está fazendo sua parte ao
conter os gastos públicos para segurar a inflação. Divulgado hoje pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA-15, que
serve de prévia da inflação oficial, fechou o ano em 6,58%, próximo do teto da meta, de 6,5%.
“Na
medida em que a inflação corrente e principalmente expectativa de
inflação caem e convergem para o centro da meta, isso dá melhores
condições ao Bano Central. O ajuste fiscal é muito importante no
processo porque cria condições básicas para a taxa de risco cair. Isso
permite ao Banco Central, com inflação caindo e risco de inflação
caindo, entrar numa trajetória mais positiva em 2017.
Fonte: Agência Brasil
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