Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
divulgada hoje (29) mostrou que continua o predomínio expressivo da
figura feminina como principal responsável pela criança no domicílio. Em
2015, das 10,3 milhões de crianças brasileiras com menos de 4 anos,
83,6% (8,6 milhões) tinham como primeira responsável uma mulher (mãe,
mãe de criação ou madrasta). É o que aponta o Suplemento Aspectos dos cuidados das crianças de menos de 4 anos de idade, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2015.
“Observamos
que essa primeira responsável, quando é uma mulher, está principalmente
na faixa entre 18 a 29 anos, já o homem como o principal responsável
está concentrado na faixa dos 30 a 39 anos”, disse a pesquisadora do
IBGE, Adriana Araújo Beringuy.
Outro aspecto analisado em relação
à primeira pessoa responsável foi o nível de instrução: 52,2% das
crianças com menos de 4 anos têm como responsável alguém com 11 anos ou
mais de estudo. “A maioria dos responsáveis são pessoas mais jovens,
mais escolarizadas, com pelo menos o ensino médio completo”, disse a
analista do IBGE.
Emprego
Segundo o estudo, 52,1% das crianças
de menos de 4 anos tinham a primeira pessoa responsável por elas
ocupada na semana em que foi feita a entrevista pelo IBGE. Quando esse
responsável era mulher, a proporção baixava para 45%, enquanto para os
homens o percentual alcançava 89%. Para o IBGE, pessoa ocupada é a que
tem trabalho durante toda ou parte da semana de referência da pesquisa.
O
predomínio maior da ocupação entre os homens já é observado em análises
de mercado de trabalho. “O que chama a atenção, contudo, é o fato de
essa diferença ter sido acentuada quando a situação na ocupação
envolvia, também, a condição de responsável por criança: o percentual de
crianças com menos de 4 anos de idade cuja primeira pessoa responsável
era homem ocupado mostrava-se praticamente o dobro daquele observado
entre as crianças que tinham mulheres ocupadas nesta condição”, diz o
levantamento.
Na avaliação da pesquisadora do IBGE, o impacto no
mercado de trabalho para a mulher jovem com filhos pequenos é maior do
que para o homem.“A atribuição de cuidar da criança trouxe para a mulher
um reflexo importante no indicador de ocupação."
Moradora de
Campo Grande, na zona oeste do Rio de Janeiro, Camila Ferreira, de 28
anos, trabalhava como subgerente de uma imobiliária quando engravidou do
filho, hoje com 1 ano. Ela ainda trabalhou por dois meses na
imobiliária após a licença maternidade e decidiu deixar o emprego. “Eu
queria participar da vida do meu filho. Então abri mão do meu trabalho
por ele também, mas principalmente por mim, porque não gostava do que
fazia”.
Camila contou que o orçamento familiar teve uma queda,
mas ela e o marido se adaptaram à diminuição da renda. Ela pretende
matricular o filho em uma creche particular por meio período já que está
fazendo cursos profissionalizantes para trabalhar por conta própria
perto de casa.
Fonte: Agência Brasil
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