O Ministério da Saúde lança nesta quinta-feira (23) o Plano Nacional
pelo Fim da Tuberculose, com ações para reduzir a incidência da doença
na população. Atualmente, a doença atinge 32,4 pessoas por cem mil
habitantes no Brasil. A meta é chegar, até 2035, a menos de dez casos
por cem mil habitantes. A medida ratifica o compromisso do país com a
Organização Mundial da Saúde (OMS) e marca o Dia Mundial de Combate à
Tuberculose, celebrado anualmente em 24 de março.
O plano define
os indicadores utilizados para monitorar as ações feitas por estados e
municípios na rede de atenção à saúde. Dividido em três pilares:
prevenção e cuidado integrado e centrado no paciente; políticas públicas
arrojadas e sistema de apoio; e intensificação de pesquisa e inovação, o
objetivo do plano é diagnosticar precocemente a doença e garantir o
tratamento contínuo, diminuindo o abandono antes do período recomendado,
que é de no mínimo seis meses.
De acordo com a pasta, o controle
da doença passará a ser feito com base em indicadores relacionados à
detecção, ao diagnóstico, à coinfecção TB-HIV, à conclusão do tratamento
e aos casos de tuberculose latente, sensível e drogarresistente.
Campanha
Para
sensibilizar a população sobre a doença, o ministério veicula até o dia
30 a campanha Todos Juntos contra a Tuberculose. O alerta mostra a
importância de aderir e completar o tratamento contra a doença, que tem
duração de pelo menos seis meses. A campanha enfatiza que a
responsabilidade do tratamento deve ser compartilhada por paciente,
equipe de saúde, família e amigos.
O principal sintoma da
tuberculose é a tosse por mais de três semanas, com ou sem catarro.
Qualquer pessoa com esse sintoma deve procurar uma unidade de saúde para
fazer o diagnóstico. Estão mais vulneráveis à tuberculose indígenas,
população privada de liberdade, população em situação de rua - estes
devido à dificuldade de acesso aos serviços de saúde e às condições
específicas de vida -; além das pessoas vivendo com o vírus HIV. Segundo
o Ministério da Saúde, dentre as pessoas com diagnóstico confirmado de
tuberculose, 9,7% apresentaram coinfecção por HIV em 2015.
Em
2016, foram registrados 66,7 mil casos novos e 12,8 mil casos de
retratamento de tuberculose no Brasil. No período de 2007 a 2016, o
coeficiente de incidência da doença apresentou uma variação média anual
de -1,7%, passando de 37,90/100 mil habitantes em 2007 para 32,4/100 mil
habitantes em 2016. A redução da incidência nos dez anos foi de 14,1%.
O
coeficiente de mortalidade por tuberculose apresentou redução de 15,4%,
passando de 2,6/100 mil habitantes em 2006 para 2,2/100 mil habitantes
em 2015. O Brasil registrou 4,5 mil óbitos por tuberculose em 2015. Os
estados do Rio de Janeiro (5/100 mil habitantes), de Pernambuco (4,5/100
mil habitantes), do Amazonas (3,2/100 mil habitantes) e do Pará
(2,6/100 mil habitantes) apresentaram os maiores riscos para morte por
tuberculose.
Segundo a OMS, em 2015, a tuberculose foi uma das dez principais causas de morte em todo mundo e pode ter matado mais de 1,8 milhão de pessoas.
Seis países foram responsáveis por 60% de todos os novos casos em 2015:
Índia, Indonésia, China, Nigéria, Paquistão e África do Sul.
Em
2014, o Ministério da Saúde implantou no país uma rede de diagnóstico da
doença, denominada Rede de Teste Rápido para Tuberculose (RTR-TB), que
detecta a presença do bacilo causador da doença em duas horas e
identifica se há resistência ao antibiótico rifampicina, um dos
principais medicamentos usado no tratamento. Para este ano, está
prevista a distribuição de 70 novos equipamentos, com capacidade para
fazer, inicialmente, 250 mil testes.
Os equipamentos serão
distribuídos de acordo com critérios técnicos e operacionais para
municípios brasileiros. Com a medida, o percentual de diagnóstico da
doença com o teste será ampliado para cerca de 75% de cobertura de casos
novos.
Fonte: EBC
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