O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou hoje (30) que a
recuperação da economia depende do equilíbrio das contas públicas. Ele
deu a declaração em resposta a questionamentos sobre a possibilidade de a
reversão quase total da desoneração da folha de pagamento, anunciada
ontem (29), prejudicar a criação de empregos e a retomada da atividade.
“O que vai recuperar a economia é o governo cumprir a meta fiscal,
restaurando o equilíbrio das contas públicas. Isso faz com que os juros
possam responder a uma queda da inflação. A inflação baixa vai levar a
um aumento da demanda, o que faz com que esses setores [beneficiados
pela desoneração] possam crescer de forma saudável e não por meio de
distorções”, declarou Meirelles ao chegar à Câmara dos Deputados para
audiência na Comissão Especial da Reforma da Previdência.
O
ministro disse ainda que, independentemente da redução das desonerações,
o emprego vai se recuperar. Para ele, os empregos estão em recuperação e
vão melhorar este ano, devido à maior demanda dos consumidores. "O
importante é que se restaure a confiança na dívida pública”, afirmou.
Em
vigor desde 2011, a desoneração da folha de pagamento beneficia 56
setores da economia, que pagam 2,5% ou 4,5% do faturamento para a
Previdência Social, em vez de recolher 20% sobre o valor da folha.
Ontem
(29) à noite, Meirelles e o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira,
informaram que enviarão medida provisória ao Congresso Nacional revendo a
maior parte dos benefícios. A desoneração será mantida apenas para os
setores do transporte rodoviário, ferroviário e metroviário de
passageiros, além da construção civil e obras de infraestrutura e da
comunicação. A justificativa do governo é que são setores intensivos em
mão de obra e vitais para manter a recuperação do emprego.
O fim
das desonerações faz parte de um esforço do governo para cortar R$ 42,1
bilhões no Orçamento Geral da União, a fim de cumprir a meta fiscal de
déficit primário pata este ano, de R$ 139 bilhões.
Fonte: Agência Brasil
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