A classe C representa 30% do total de consorciados no País, afirmou
na manhã desta quarta-feira o presidente da Associação Brasileira de
Administradoras de Consórcio (Abac), Paulo Roberto Rossi. A classe B é a
líder na contratação desses serviços, respondendo por 49% do total de
participantes ativos de consórcio. A classe A representa 20%, enquanto a
classe D é apenas 1% desse total. Esta é a primeira vez que a Abac
realiza essa pesquisa, o que impede a comparação com outros momentos.
De acordo com Rossi, a Abac acredita em uma migração maior das
classes C e D aos consórcios já em 2013, mas disse ainda não ter uma
perspectiva de quanto será esse aumento. De acordo com ele, essa
migração esperada é um dos fatores que levam a associação a esperar
crescimento entre 5% e 7% na contratação de consórcios em 2013.
"A classe C está descobrindo o sistema de consórcios e as vantagens
que ele oferece com relação aos financiamentos. Se a pessoa não tem
pressa em receber o bem, o consórcio será um grande aliado com baixas
taxas administrativas - bem menores que os juros do financiamento",
afirmou.
Rossi afirmou que os serviços oferecidos pelas administradoras de
consórcio são aqueles mais desejados pela classe C. Ele se apoiou em uma
pesquisa interna da associação que mostra que 72% dos integrantes da
classe C sonham em ter um imóvel e outros 45% em ter um automóvel.
"São áreas que os consórcios atuam fortemente", enfatizou. A classe
D, na visão de Rossi, ainda precisa descobrir o sistema, o que poderia
levá-la a contratação de mais serviços devido à estabilidade econômica e
ao elevado volume de empregos. "Esses fatores permitem que as pessoas
de qualquer classe social se planejem no médio e no longo prazo".
Juros
Indagado se a queda nas taxas de juros registradas ao longo do ano
passado - que baixou a taxa média Selic a 7,25% ao ano - preocupa o
mercado de consórcios, Rossi afirmou que o setor atualmente não sofre
mais influência direta da redução ou do aumento das taxas de juros, como
ocorria no passado.
"Temos um público próprio, já estamos consolidados como um mercado
diferentemente dos financiamentos, que atraem pessoas com outros
objetivos. Se alguém quer comprar algo de imediato, sabe que irá pagar
por isso com os juros do financiamento. Já nos consórcios, a procura é
de quem não tem essa pressa em ter o item, mas que prefere evitar as
taxas de juros. Nossa taxa média de administração é de 0,2% ao mês, bem
abaixo da taxa média", argumentou.
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