Embora já exista certa variedade de drogas que agem no combate ao câncer
de mama, a aprovação de novos medicamentos permite singularizar ainda
mais o tratamento das pacientes oncológicas. Por essa razão, a notícia
de que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) estendeu o
uso do everolimo para a doença é mais uma esperança para profissionais
da área e mulheres vítimas desse tipo de câncer. Um pedido do
laboratório que ele seja incorporado à rede pública de saúde será
enviado nos próximos dias e a expectativa é de que o remédio atenda 15%
das pacientes com câncer de mama.
A medida segue o entendimento de
agências norte-americanas e europeias, que aprovaram o everolimo - droga
já usada para outros fins - para pacientes na pós-menopausa com câncer
de mama avançado. Outra exigência para o uso é que o tumor seja
hormonodependente - característica de até 70% do total de casos -, ou
seja, tenha seu desenvolvimento acelerado pelos hormônios femininos. A
droga ainda é uma opção para quem sofreu metástase e fez tratamento com
terapias hormonais, mas não mostrou resposta em relação às drogas
usadas. Há anos que não era apresentada qualquer novidade para pacientes
com esse perfil.
Desenvolvido
pela Novartis, o ererolimo é uma droga oral comercializada
exclusivamente pela marca Afinitor. A descoberta de sua eficácia foi
decorrente de um estudo que englobou 724 mulheres. Os resultados
mostraram que o tratamento com o medicamento mais que dobra a sobrevida
livre de progressão da doença e o paciente chega a ter uma redução do
risco de recorrência na ordem de 55%. O remédio e o tratamento hormonal
que o acompanha custam oito mil reais por mês, conjunto que tem sido
obtido por algumas mulheres por meio de planos de saúde ou via Justiça.
O
câncer de mama atingiu 52 mil brasileiras em 2012 e, por essa razão,
campanhas de prevenção continuam sendo fundamentais para reduzir o
número.
Exercícios
Um
estudo realizado por pesquisadores norte-americanos, publicado no
Journal of the National Cancer Institute, apontou que adolescentes
praticantes de exercícios físicos intensos diminuem as chances de sofrer
de câncer de mama na fase adulta em até 23%. Nessa análise, a prática
de atividade física deveria começar por volta dos 12 anos e durar por
pelo menos dez anos para que a proteção contra a doença seja notada. Os
pesquisadores relatam que isso acontece porque os exercícios são capazes
de reduzir os níveis de estrogênio, hormônio relacionado ao risco de
câncer.
"A
prática de exercícios físicos deve ser adotada para a vida toda. Ela
diminui o estresse e ajuda no controle do peso, fatores que também
influenciam no desenvolvimento de câncer de mama", explica o
mastologista Domingos Petti.
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