segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Lixo e cidadania

Cuidar do lixo não é uma tarefa fácil. A primeira dificuldade em relação a esse cuidado refere-se ao fato de termos passado grande parte de nossas vidas acreditando que o lixo não é um problema nosso, mas do poder público. Durante um longo período, acreditamos que nossa obrigação, no máximo, era descartá-lo nas lixeiras. Outra questão é a predominância do entendimento que lixo é aquilo que não serve mais e que não tem valor econômico e social.
Entretanto, o lixo não é só um problema do poder público, como também não pode ser considerado algo sem importância monetária e social. No que se as políticas públicas nesse sentido, em 2010, o Brasil aprovou a Política Nacional de Resíduos Sólidos que tem por objetivo organizar a forma como o País trata o lixo, incentivando a reciclagem e a sustentabilidade. Os principais pontos dessa política são:
Fechamento dos lixões: até 2014 não deverão mais existir lixões a céu aberto no Brasil. Eles devem ser substituídos por aterros sanitários que, antes de receber as camadas de resíduos, têm o terreno impermeabilizado, além de possuir um sistema de drenagem. Assim, o lixo é depositado, compactado e aterrado. Debaixo da terra, ele se decompõe. Gera um gás poluente – o metano, e um líquido que pode contaminar o solo – o chorume. Com a essa nova política, em vez de ser jogado na atmosfera, ou simplesmente queimado – como é feito nos lixões – o metano deverá ser captado e reaproveitado para gerar energia elétrica.
 Só rejeitos poderão se encaminhados para os lixões: Os rejeitos são aquela parte do lixo que não têm como ser reciclada. Apenas 10% dos resíduos sólidos são rejeitos. A maioria é orgânica (que em compostagens pode ser reaproveitada e transformada a em adubo).
Elaboração de planos de resíduos sólidos nos municípios: Os planos municipais serão elaborados para ajudar prefeitos e cidadãos a descartar de forma correta o lixo.
Nesse último ponto tratado pela política, fica claro que para além do dever das esferas públicas a participação de cada indivíduo tem um papel fundamental no cuidado com o lixo. Entender qual o seu papel na solução desse problema é essencial, pois fica claro que as políticas públicas sem participação social não serão suficientes para resolver esse problema. Os dados publicados na última edição da revista “Consumidor Teste” ratificam essa questão:
  •  766 cidades brasileiras (14% do total) contam com coleta seletiva, mas 18% do que é coletado não pode ser reciclado, pois o descarte foi feito de maneira errada.
  •   95% de um produto eletrônico podem ser reaproveitados. Plástico e metal representam, em geral, 70 a 80% do seu peso.
  •  Estima-se que cerca de R$ 8 bilhões é o valor anual que pode ser gerado a partir do que jogamos fora no Brasil. O reaproveitamento de resíduos pode proporcionar economia e diminuir a pressão sobre o meio ambiente, além de criar emprego e renda.
Existem algumas iniciativas de entidades civis, governamentais, de associações e empresas voltadas para esse tema, investindo em projetos e que orientam e incentivam a população a se responsabilizar também sobre seu lixo e disseminando conceitos para reduzir, reutilizar e reciclar o lixo. No entanto, para que essas campanhas sejam eficientes, é preciso que todos entendam que cuidar do lixo é uma questão de cidadania.
Dessa forma, reproduzimos, abaixo, as dicas sobre o tema para que você possa fazer a sua parte:
Para colaborar com o trabalho dos catadores e das indústrias de reciclagem, o lixo seco deve ser descartado limpo e, de preferência, sem mistura de materiais. Por exemplo, os rótulos das garrafas pets devem se retirados; potes plásticos devem ser lavados e os papeis não deve estar sujos com comida. Os lixos podem ser separados em diferentes sacos e, caso não haja coleta seletiva no seu bairro, as embalagens podem ser entregues no próprio supermercado.
Nunca jogue o óleo de fritura na pia ou no ralo. O ideal é guardá-lo em garrafas de refrigerante e entregar num posto de coleta. Confira aqui a lista nacional de postos de coletas.
Em caso de “resíduos tecnológicos” (lâmpadas, produtos eletrônicos, pilhas e baterias). Caso não tenha informação expressa no produto, busque junto ao fabricante instruções sobre onde  descartá-los.
 Garrafas, copos, lâmpadas queimadas, vidros, espelhos, lâminas de barbear, seringas, agulhas e outros materiais quebrados ou que possam quebrar, devem ser embrulhados em jornais ou depositados em recipientes rígidos, que não se rompam facilmente.
Os medicamentos também demandam um cuidado especial, pois se o descarte não for feito em locais adequados, pode haver a contaminação do solo e da água. Para facilitar o descarte correto deste resíduo, como não há uma lei que regulamente o descarte de remédios, o consumidor deve pesquisar em sua cidade quais sãos pontos de coleta. Os laboratórios e postos de saúde são responsáveis pelo descarte apropriado e algumas farmácias também recolhem os produtos.
Para os mais disciplinados fica a dica da maneira mais correta de separar o lixo:
Saco 1 – papéis (jornais, revistas…)
Saco 2 – vidros (lâmpadas, garrafas..)
Saco 3 – plástico ( brinquedos, garrafas …)
Saco 4 – artigos de borracha
Saco 5 – entulhos (madeira, cimentos…)
Saco 06 – metais diversos (lata, arames…)
Saco 07 –  objeto perigosos (como baterias em geral, pilhas e lâmpadas fluorescentes)
Saco 08 –  orgânicos (restos de comidas)
Saco 09 – papéis usados (papel higiênico, guardanapos …)

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