quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Ociosidade de vagas no Brasil é causada por falta de profissionais especializados

Foto: ThinkStockA escassez de mão de obra para as funções mais qualificadas em certos setores, como o de petróleo e gás, e até em carreiras tradicionais como administração e arquitetura, é um problema apontado pelos especialistas e pode ser um bom indicador do caminho a seguir na pós-graduação. Uma das justificativas para a não ocupação de todas as vagas estaria relacionada a um mercado mais favorável, beneficiado pelas quedas consecutivas, ainda que discretas, da taxa de desemprego.
A pós-graduação é um diferencial aponta o pesquisador Rodrigo Leandro de Moura, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas. ”A pós é uma maneira de compensar e complementar os estudos, bem como de aumentar os salários, já que nesse nível da carreira se ganha mais do que em relação a quem tem apenas o ensino superior”, completou Moura. 
De acordo com a Revista Guia de Pós-Graduação e MBA, da Editora Segmento, o Brasil é o segundo lugar com mais dificuldade para encontrar talentos, num ranking de 41 países. O levantamento foi realizado pelo grupo de recursos humanos Manpower e divulgado no final de 2012. Foram ouvidos cerca de 38 mil empregadores. Na América, 71% dos entrevistados relataram a dificuldade do Brasil em preencher as vagas com o perfil desejado. No Japão, o primeiro lugar no ranking, 81% dos empregadores apontaram a mesma dificuldade. 
A pesquisa revelou que profissionais de engenharia, técnicos e representantes de vendas estão entre os mais procurados pelas companhias.
Engenharia
O fato de muitos engenheiros migrarem para outros setores, como o mercado financeiro, pode ser mais um motivo para a falta de bons profissionais na área. “É comum isso ocorrer, pois eles têm uma formação muito forte em ciências exatas, em disciplinas como lógica, matemática e finanças”, relata Thalita Doering, gerente da Page Personnel, empresa de recrutamento e seleção. Recentemente, também tem sido observada a presença desses 
profissionais no marketing on-line, muito devido aos conhecimentos de cálculo e estatística, assim como conceitos que os ajudam, por exemplo, a analisar os números de ações publicitárias na web.
A formação de engenheiro é a que mais se destacou no estudo da Asap, consultoria especializada em recrutamento de executivos, e isso pode ser explicado pela sua abrangência de atuação. Todavia, durante muitos anos, essa não era uma profissão atraente, devido ao período de estagnação industrial pelo qual o país passou. Com a retomada do crescimento econômico nos últimos dez anos, a carreira foi valorizada. “Um bom engenheiro pode até não trabalhar na área em que se formou, mas não fica sem emprego”, relata o pesquisador Paulo Meyer, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Nenhum comentário:

Postar um comentário