A escassez de mão de obra para as funções mais qualificadas em
certos setores, como o de petróleo e gás, e até em carreiras
tradicionais como administração e arquitetura, é um problema apontado
pelos especialistas e pode ser um bom indicador do caminho a seguir na
pós-graduação. Uma das justificativas para a não ocupação de todas as
vagas estaria relacionada a um mercado mais favorável, beneficiado pelas
quedas consecutivas, ainda que discretas, da taxa de desemprego.
A pós-graduação é um diferencial aponta o pesquisador
Rodrigo Leandro de Moura, do Instituto Brasileiro de Economia da
Fundação Getúlio Vargas. ”A pós é uma maneira de compensar e
complementar os estudos, bem como de aumentar os salários, já que nesse
nível da carreira se ganha mais do que em relação a quem tem apenas o
ensino superior”, completou Moura.
De acordo com a Revista Guia de Pós-Graduação e MBA, da
Editora Segmento, o Brasil é o segundo lugar com mais dificuldade para
encontrar talentos, num ranking de 41 países. O levantamento foi
realizado pelo grupo de recursos humanos Manpower e divulgado no final
de 2012. Foram ouvidos cerca de 38 mil empregadores. Na América, 71% dos
entrevistados relataram a dificuldade do Brasil em preencher as vagas
com o perfil desejado. No Japão, o primeiro lugar no ranking, 81% dos
empregadores apontaram a mesma dificuldade.
A pesquisa revelou que profissionais de engenharia,
técnicos e representantes de vendas estão entre os mais procurados pelas
companhias.
Engenharia
O fato de muitos engenheiros migrarem para outros setores,
como o mercado financeiro, pode ser mais um motivo para a falta de bons
profissionais na área. “É comum isso ocorrer, pois eles têm uma formação
muito forte em ciências exatas, em disciplinas como lógica, matemática e
finanças”, relata Thalita Doering, gerente da Page Personnel, empresa
de recrutamento e seleção. Recentemente, também tem sido observada a
presença desses
profissionais no marketing on-line, muito devido aos
conhecimentos de cálculo e estatística, assim como conceitos que os
ajudam, por exemplo, a analisar os números de ações publicitárias na
web.
A formação de engenheiro é a que mais se destacou no estudo
da Asap, consultoria especializada em recrutamento de executivos, e
isso pode ser explicado pela sua abrangência de atuação. Todavia,
durante muitos anos, essa não era uma profissão atraente, devido ao
período de estagnação industrial pelo qual o país passou. Com a retomada
do crescimento econômico nos últimos dez anos, a carreira foi
valorizada. “Um bom engenheiro pode até não trabalhar na área em que se
formou, mas não fica sem emprego”, relata o pesquisador Paulo Meyer, do
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
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