O ministro da Educação, Mendonça Filho, disse que estuda lançar uma
consulta pública sobre o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Segundo
ele, o objetivo é receber sugestões para melhorar a aplicação do exame,
cuja segunda aplicação ocorreu neste fim de semana. O governo pretende
elaborar as questões ainda este mês e publicar as linhas gerais do
debate em janeiro de 2017.
De acordo com o ministro, ainda não é
possível prever que mudanças serão efetivamente discutidas. Ele, no
entanto, não descartou que a sociedade seja consultada sobre, por
exemplo, a possibilidade de o Enem ocorrer apenas em um dia.
“Não
temos ainda quadro de perguntas que podem ser feitas, que podem nortear
o caminho a ser discutido.A temática não pode ser tão abrangente que
termine virando algo difícil de coletar por aqueles que participam do
Enem”, ponderou.
Mendonça Filho explicou que a intenção é promover um debate de forma
democrática para que futuras decisões não sejam criticadas como tomadas
“entre quatro paredes”. “A Base Nacional Comum Curricular será algo
levado em conta não em 2017 porque ela não estará pronta, mas desejamos
que o Enem de 2018 possa ter conteúdo conectado inteiramente com a base
que, espero, será homologada no próximo ano”, disse o ministro.
Neste
fim de semana, mais de 270 mil candidatos foram convocados para o
exame, após o adiamento de parte da aplicação devido aos mais de 400
locais de prova que estavam ocupados em novembro, quando 5,8 milhões de
inscritos fizeram o Enem. O alto índice de abstenções,
não somente em 2016, mas em outras edições, foi mencionado por Mendonça
Filho como um dos temas que pode ser abordado na consulta.
“Não
quero antecipar nenhuma decisão em relação a 2017. [A consulta] será
aberta em janeiro para que todos que queiram colaborar e sugerir
aprimoramento, possam fazê-lo, para que o Enem próximo ano seja melhor
que 2016”, afirmou.
Fraudes em anos anteriores
De
acordo com a presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Maria Inês Fini, o órgão está
repassando a diferentes universidades os nomes de 16 estudantes que
fraudaram as provas em edições anteriores. Um aluno de medicina, cujo
nome não foi divulgado, deve ser expulso da sua faculdade por ter se
beneficiado de fraudes para ser admitido no Sistema de Seleção
Unificada.
Sobre os R$ 10,5 milhões gastos com a aplicação deste fim de semana,
o ministro afirmou que os dados serão encaminhados à Advocacia-Geral da
União (AGU) caso o governo decida processar movimentos ou pessoas que
participaram das ocupações.
Os gabaritos das provas serão divulgados na quarta-feira (7) na página do participante e por meio do aplicativo Enem 2016. Os resultados estarão disponíveis para todos os candidatos em 19 de janeiro.
Fonte: EBC
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