O secretário nacional de Justiça e Cidadania, Gustavo Marrone,
informou ontem (10) que o Executivo deve encaminhar ao Congresso Nacional
até julho uma proposta de mudança que priorize a resolução de conflitos
e reduza o número de processos na Justiça. O objetivo é combater a
“banalização de processos”, que, na concepção dele, poderiam ser
solucionados antes de chegar à Justiça.
Além de custar caro ao
Estado, o crescente número de ações trava a economia e prejudica réus e
demandantes já que o excesso implica demora para a conclusão dos casos,
justificou, Marrone.
“O custo não é só do Judiciário, o custo é da sociedade.”
“O custo não é só do Judiciário, o custo é da sociedade.”
Para
o secretário, o acesso fácil para mover ações, por conta da gratuidade
na esfera dos juizados especiais, em primeira instância, colabora para a
grande demanda, dificultando ainda mais a celeridade de causas
complexas.
Marrone defende melhorias nos mecanismos de resolução
de conflitos não judiciais e a adoção de regras semelhantes às de outros
países, como as dos Estados Unidos. Segundo ele, no segmento de
litígios entre fornecedores e consumidores americanos, os casos só vão
para a Justiça depois de terem sido analisados pelo fornecedor.
“Lá
eles têm as seguintes premissas: é o mercado que tem que resolver os
problemas. Só vão ao Judiciário depois de procurar a empresa. Antes
disso, a demanda não é aceita”, disse o secretário durante encontro com
representantes jurídicos de instituições financeiras, promovido pela
Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e
Investimento (Acrefi).
De acordo com Marrone, foi encomendado um
estudo sobre o assunto que deve ser discutido entre o governo e os
segmentos do mercado ainda neste mês.
Presente ao evento, o
diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério
da Justiça e Cidadania, André Luiz Lopes dos Santos, informou que, por
meio de órgãos como o Procon, 80% dos casos de queixa de consumidores
são solucionados em cerca de uma semana.
Fonte: EBC
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