O Ministério da Educação (MEC) vai procurar 775 cursos e 313
instituções de ensino superior que tiveram avaliação insuficiente nos
indicadores da pasta. A intenção é verificar as condições de ensino e
propor medidas para melhorar a avaliação. A lista com o desempenho dos
cursos e das instituições de ensino nas avaliações de 2015 está
disponível na internet.
"São
poucos os cursos que precisam de uma ação de supervisão mais direta do
MEC. A grande maioria do cursos avaliados no ciclo de 2015, dentro de
uma escala de 1 a 5, apresenta conceito 3, 4 e 5. Agora a ação do MEC é
de apoiar e ajudar as instituições que precisam de fato de uma
supervisão, de um acompanhamento mais direto a partir desses
resultados", diz a presidente do Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Maria Inês Fini.
Hoje
(8), o Inep divulgou os resultados do Conceito Preliminar de Curso
(CPC) que avalia os cursos de graduação e do Índice Geral de Cursos
(IGC), voltado para as instituições de ensino. Os indicadores levam em
consideração o desempenho dos inscritos no Exame Nacional de Desempenho
dos Estudantes (Enade), condições de ensino, infraestrutura, professores
entre outras questões.
Os indicadores vão de 1 a 5, e conceitos 1
e 2 são considerados insuficientes pela pasta. Instituições e cursos
que receberam conceitos insuficientes em duas avaliações seguidas
poderão sofrer medidas cautelares, como ficar impedidas de realizar
vestibular ou de abrir novas vagas. Em casos extremos, curso e
instituição podem ser fechados. O MEC ainda divulgará a lista com as
instituições que poderão ser submetidas a medidas cautelares.
Nessa edição, foram avaliados 8.121 cursos de 2.109 instituições de
ensino. Foram inscritos 549.487 concluintes e 447.056 participaram da
avaliação. Os cursos avaliados em 2015 foram de administração,
administração pública, ciências contábeis, ciências econômicas,
jornalismo, publicidade e propaganda, design, direito,
psicologia, relações internacionais, secretariado executivo, teologia e
turismo. Além dos cursos tecnológicos de comércio exterior, design de interiores, moda, gráfico, gastronomia, gestão comercial, qualidade, recursos humanos, financeira, pública, logística, marketing e processos gerenciais.
As
avaliações, no entanto, têm certas fragilidades. Uma nota alta não
significa excelência, nem uma nota baixa representa situação de
delinquência, ressalta o secretário de Educação Superior do MEC, Paulo
Barone,. "Se uma instituição tirou 3 na avaliação anterior e nessa tirou
2, não quer dizer que tenha piorado, o que significa é que nesse ciclo
ficou atrás das demais avaliadas. Isso quer dizer que talvez precise de
medidas de avaliação in loco que possam diagnosticar com
precisão os problemas dos cursos para que possam ser sanados." Barone
destaca, no entanto, que as avaliações "têm eliminado situações de
cursos muito ruins que o Brasil tinha".
As instituições recebem
um prazo para se adequar e corrigir eventuais falhas. O descumprimento e
a manutenção da tendência de piora levam também à exclusão de programas
federais como o Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de
Financiamento Estudantil (Fies).
Perfil dos estudantes
Os dados divulgados pelo Inep mostram que 33,8% dos estudantes são os primeiros da família a concluir o ensino superior.
Os
estudantes que participaram do Enade em 2015 são em sua maioria
solteiros (68,9%), brancos (59,9%), moram com os pais ou parentes
(56,6%) e dedicam de uma a três horas por semana aos estudos (49%). Além
disso, 48,9% trabalham 40 horas semanais ou mais contra 28,4% que não
trabalham.
No total, 19,8% são sustentados pela família. Na outra
ponta, 9,8% são os principais responsáveis pelo sustento da família.
Mais de 76% dos respondentes têm alguma renda. Além disso, 42,1%
contaram com algum tipo de bolsa ou financiamento para se manter
estudando.
Fonte: Agência Brasil
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