Pela primeira vez desde 2010, o número de cesarianas na rede pública e
privada de saúde não cresceu no país. Dados divulgados hoje (10) pelo
Ministério da Saúde revelam que esse tipo de procedimento, que
apresentava curva ascendente, caiu 1,5 ponto percentual em 2015. Dos 3
milhões de partos feitos no Brasil no período, 55,5% foram cesáreas e
44,5%, partos normais.
Os números mostram ainda que, considerando
apenas partos realizados no Sistema Único de Saúde (SUS), o percentual
de partos normais permanece maior – 59,8% contra 40,2% de cesarianas. No
ano passado, segundo a pasta, dados preliminares indicam tendência de
estabilização do índice, que ficou em torno de 55,5%.
Novas diretrizes
Esta
semana, o governo anunciou novas diretrizes de assistência ao parto
normal, que servirão de consulta para profissionais de saúde e
gestantes. “A partir de agora, toda mulher terá direito de definir o seu
plano de parto, que trará informações como o local onde será feito, as
orientações e os benefícios do parto normal”, informou o ministério.
Segundo
a pasta, as medidas visam ao respeito no acolhimento e mais informações
para o empoderamento da mulher no processo de decisão ao qual tem
direito. “Assim, o parto deixa de ser tratado como um conjunto de
técnicas e representa momento fundamental entre mãe e filho”,
acrescentou.
Para o ministério, a estabilização das cesarianas no
país é consequência de medidas como a implementação da Rede Cegonha e
investimentos em 15 centros de Parto Normal; a qualificação das
maternidades de alto risco; a maior presença de enfermeiras obstétricas
na cena do parto e a atuação da Agência Nacional de Saúde Suplementar
junto às operadoras de planos de saúde.
ÍNDICE DE CESARIANAS NO PAÍS
Capacitação
A
pasta informou ainda que, por meio de cooperação com a Universidade
Federal de Minas Gerais, vai capacitar profissionais de saúde em 86
hospitais de ensino, localizados nas 27 unidades da Federação, que fazem
mais de mil partos por ano.
“Trata-se de um projeto de
qualificação da atenção obstétrica e neonatal hospitalar com atividades
de ensino, com produção de impacto em toda a rede de serviços da linha
de cuidados da saúde da mulher e da criança. A medida totaliza, em
quatro anos, investimento de R$ 13,6 milhões.”
Riscos da cesárea
Em
2016, o ministério publicou o Protocolo Clínico de Diretrizes
Terapêuticas para Cesariana, com parâmetros que devem ser seguidos pelos
serviços de saúde. A proposta é auxiliar e orientar profissionais da
saúde a diminuir o número de cesarianas desnecessárias, já que o
procedimento, quando não indicado corretamente, traz riscos como o
aumento da probabilidade de surgimento de problemas respiratórios para o
recém-nascido e grande risco de morte materna e infantil.
Fonte: EBC
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