Quase um quarto dos 5.570 municípios brasileiros (24,7% ou 1.378)
apresentaram redução populacional. Em mais da metade (53,6% ou 2.986),
as taxas de crescimento populacional foram inferiores a 1%, e em 258
municípios (4,6% do total) o crescimento foi igual ou superior a 2%.
Os
dados fazem parte das estimativas das populações residentes nos 5.570
municípios brasileiros, com data de referência em 1º de julho de 2017.
Divulgado hoje (30), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), o estudo estima que o Brasil tenha 207,7
milhões de habitantes e uma taxa de crescimento populacional de 0,77%
entre 2016 e 2017, um pouco menor do que a de 2015/2016 (0,80%).
O
grupo de municípios com até 20 mil habitantes apresentou a maior
proporção dos que tiveram redução populacional (32,5% ou 1.236 cidades).
Por outro lado, os com mais de 100 mil a um milhão de habitantes
tiveram a maior proporção de municípios com crescimento acima de 1%
(45,5% ou 133). Dez dos 17 municípios com mais de um milhão de
habitantes acusaram taxas de crescimento entre 0,5% e 1% ao ano.
Nas
regiões Norte e o Centro-Oeste estão as maiores proporções de cidades
com taxas de crescimento acima de 1%. A Região Sul mostrou a maior
proporção de municípios com taxas negativas.
Mais da metade da população vive em apenas 5,6% dos municípios
Em
2017, pouco mais da metade da população brasileira (56,5% ou 117,2
milhões de habitantes) vive em apenas 5,6% dos municípios (310). Estes
têm mais de 100 mil habitantes. As cidades com mais de 500 mil
habitantes (42) concentram 30,2% da população do país (62,6 milhões de
habitantes).
A pesquisa revela, ainda, que a maior parte dos municípios
brasileiros (68,3%) possui até 20 mil habitantes e abriga apenas 15,5%
da população do país (32,2 milhões de habitantes).
O município de
São Paulo continua sendo o mais populoso do país, com 12,1 milhões de
habitantes, seguido pelo Rio de Janeiro (6,5 milhões de habitantes),
Brasília e Salvador (cerca de 3 milhões de habitantes cada).
Dezessete
cidades têm população superior a 1 milhão de pessoas, somando 45,5
milhões de habitantes ou 21,9% da população do Brasil. Serra da Saudade
(MG) é o município de menor população, 812 habitantes, seguido de Borá
(SP), com 839, e Araguainha (MT), com 931, os únicos no país com menos
de mil habitantes em julho deste ano.
As estimativas
populacionais municipais são um dos parâmetros utilizados pelo Tribunal
de Contas da União no cálculo do Fundo de Participação dos Estados e
Municípios e são referência para vários indicadores sociais, econômicos e
demográficos.
Tendência
De acordo com a
gerente da pesquisa, Isabel Marri, a diminuição da taxa populacional nos
municípios é uma tendência que vem ocorrendo nos últimos anos e decorre
da redução da fecundidade e da migração.
“A maioria dos
municípios, 68%, tem até 20 mil habitantes, Esses municípios menores
tendem a perder população para os com maior dinamismo econômico. Por
isso temos poucas cidades com muitos habitantes e muitas cidades com
poucos habitantes”, disse ela.
Embora os fluxos migratórios
tenham perdido força, destacou ela, os municípios ao redor dos grandes
centros têm aumentado seu contingente populacional. “Os grandes centros
já têm um custo elevado para se viver, mas como neles estão os empregos,
a população começa a se concentrar nas cidades próximas aos municípios
maiores”.
Fonte: EBC
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