Em palestra a investidores, o presidente da República, Michel Temer,
justificou a alteração da meta fiscal do governo, anunciada
nesta terça-feira (15), ressaltando que a baixa da inflação causou queda
na arrecadação. Disse ainda que a negociação do novo projeto do Refis, o
refinanciamento de dívidas de empresas com a Receita Federal, fez com
que empresários adiassem o pagamento de impostos.
“Como o
Congresso alterou radicalmente [o projeto do governo sobre o Refis],
aqueles que iriam aderir, ficam esperando. E ao ficarem esperando,
também não pagam tributo. Isso aconteceu nesses últimos três ou quatro
meses, que fez também cair a arrecadação. Isso criou um grande problema
para o nosso déficit”, disse Temer em evento organizado pelo Banco
Santander.
O presidente da República disse que, além de alterar a
meta fiscal, o governo se preocupou em cortar gastos, como o adiamento
do reajuste de servidores públicos e o corte de 60 mil cargos do serviço
público federal. Segundo Temer, mesmo com a necessidade da alteração da
meta fiscal, o país está indo no caminho certo, e deverá fechar o ano
com inflação e juros baixos.
“Essas alterações que fizemos, essas
alterações com cortes de gastos, vão colaborar muito para esse novo
Brasil. Eu vejo que o interesse dos países de investir em nosso país
está crescendo cada vez mais. A queda de inflação, a queda de juros,
isso tudo vai ajudando muitíssimo. Você anunciou bem [referindo-se ao
presidente do Banco Santander no Brasil, Sergio Rial], muito provável
que, ao final do ano, nós estejamos em torno de 7,5% na taxa Selic. Não é
improvável que isso aconteça”, disse.
Temer destacou ainda que
as medidas anunciadas pelo governo darão condições para que não haja
aumento de impostos. O presidente voltou a pedir apoio para a realização
das reformas, principalmente a previdenciária, para ajudar nas contas
do governo.
“Até há duas semanas, falava-se em aumento de
imposto. E eu confesso que sempre tive uma certa resistência para tanto,
em qualquer categoria. Sempre eu tento governar de uma maneira que não
haja aumento da carga tributária, salvo se ela for absolutamente
indispensável. E nessas conversações todas, com essas medidas que eu
acabei de anunciar, nós não teremos aumento de impostos”, disse,
acrescentado, “é por isso que eu insisto que é preciso seguir adiante
com as reformas, a da Previdência, a simplificação tributária, e também a
reforma política”.
No discurso de cerca de 35 minutos, o
presidente Temer disse, por diversas vezes, que sua gestão não tomaria
medidas populistas, mas populares. E ressaltou que hoje seu governo é
reconhecido por decisões anteriormente criticadas, como o limite dos
gastos públicos.
“Populistas são as medidas que eu pratico hoje,
são aplaudidas amanhã, e causam um grande prejuízo depois de amanhã. As
populares, ou seja, aquelas voltadas ao povo, são aquelas que eu produzo
hoje, são observadas amanhã, e são reconhecidas no futuro. E acho que o
que nós estamos fazendo ao longo do tempo não é praticar nenhuma medida
populista, tanto que muitas e muitas vezes as propostas que nós fazemos
sofrem objeção, para logo depois serem reconhecidas”, disse.
Fonte: Agência Brasil
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