A inclusão de novas tecnologias no rol de procedimentos obrigatórios
da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a partir de 2018, pode
gerar custo adicional de pelo menos R$ 5,4 bilhões, e quem vai arcar com
esse custo será o beneficiário. O alerta está no estudo Estimativas de
Custo e Impacto de Tecnologias na Despesa Assistencial, divulgado ontem
(14) pela Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), que
representa as empresas operadoras de planos de saúde.
O levantamento tem como base 16 das 26 novas tecnologias (medicamentos, terapias e exames) propostas para a incorporação após consulta pública feita em junho e julho.
Segundo
a presidente da FenaSaúde, Solange Beatriz Palheiro Mendes, o custo
adicional equivale a aproximadamente 4% do total das despesas
assistenciais em 2016. Ela reclama que no grupo de trabalho que discutiu
as propostas de incorporação, não houve discussão sobre os custos que a
medida implicaria.
“A Agência não faz estudo de impacto, não faz
estudo de custo. Sempre quem paga é quem compra o serviço, então são as
empresas empregadoras e os beneficiários, as famílias. Esses são sempre
aqueles que pagam pelo serviço de assistência à saúde”, disse Solange.
De acordo com ela, a discussão deve envolver toda a sociedade.
“Esse
debate tem que existir e para ele existir a gente precisa ter
informação. A nossa contribuição, nesse primeiro momento, foi dar a
informação. Eu acho que precisa, sim, que se implemente o processo de
priorização de incorporação de tecnologia, porque a renda da população
não é suficiente para fazer frente a toda essa ilimitação que a
indústria da assistência médica promove. Nós estamos antevendo é que, se
aprovadas essas 26 tecnologias, com certeza isso será repassado ao
preço e, com certeza, mais pessoas deixarão de comprar planos de saúde,
por uma impossibilidade no preço desses planos”.
Solange disse
que não foi feito o levantamento de quanto a inclusão desses
procedimentos aumentaria no custo para o beneficiário. Entre os
procedimentos previstos na consulta pública estão a cirurgia
laparoscópica para tratamento de câncer de ovário e para desobstrução
das tubas uterinas; terapia imunoprofilática contra o vírus sincicial
respiratório em crianças; radiação para tratamento de ceratocone, no
campo oftalmológico; e medicamento imunobiológico para tratamento de
esclerose múltipla.
A reportagem pediu um posicionamento da ANS sobre a consulta pública e o estudo da FenaSaúde e aguarda resposta.
Fonte: EBC
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