Mesmo considerada alta em relação aos dados nacionais, a inflação dos
últimos 12 meses na Região Nordeste, medida pelo Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e registrada em 3,32%, é a menor desde
2008, quando começou a série histórica da região. A informação é do Diário Econômico, documento elaborado pelo Escritório de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), vinculado ao Banco do Nordeste.
A
inflação de julho, que ficou em 0,26%, também é a mais baixa para o mês
desde 2014, quando houve o índice ficou em 0,36%. O acumulado do ano
também segue o ritmo de queda, só que mais intensa: 1,91%, se comparado
aos 5,75% registrados no mesmo período de 2016.
Para o economista
do Etene, Aírton Saboya, essas quedas se explicam pela retração
econômica atual, quando a demanda por produtos e serviços está menor.
“Com a economia em retração em diferentes produtos, há benefícios para o
consumidor. No caso dos serviços, a redução de preços é mais lenta e o
consumidor busca substituí-los.”
Dentre os nove grupos
pesquisados pelo Etene, habitação é o que tem maior impacto na formação
do indicador inflacionário do Nordeste. Em julho, esse grupo apresentou
alta de 1,40%. Já os grupos “artigos de residência” e “alimentos e
bebidas” apresentaram deflação (diminuição do índice de preços): 0,60% e
0,05%, respectivamente. Saboya explica que a deflação dos alimentos é
um reflexo da melhoria da safra agrícola, sobretudo após seis anos de
seca intensa na região.
Considerando Recife, Salvador e
Fortaleza, as três regiões metropolitanas do Nordeste pesquisadas pela
Etene, a energia elétrica residencial foi um dos itens que teve maior
elevação de preços em julho, devido, conforme o economista, ao reajuste
recente e também aos baixos níveis dos reservatórios onde há
hidrelétricas. No Recife, a alta foi 4,51%, seguido de Salvador, com
4,41% e Fortaleza, com 3,50%.
Fonte: EBC
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