O crédito ao consumo foi escolhido pelo Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal como foco principal do pacote de corte de juros que será anunciado em breve. Cartão de crédito, cheque especial, crédito direto ao consumidor (CDC) e empréstimo consignado estão entre as operações que ficarão mais baratas.
A intenção da equipe econômica é usar os financiamentos para acelerar o crescimento da economia, atrair clientes dos bancos privados e, assim, incentivar a concorrência no setor.
Fontes que acompanham a costura final do pacote afirmam que algumas dessas operações podem ter a taxa média cortada para até 2% ao mês. Em algumas situações, porém, o juro poderia ficar ainda menor conforme o tipo de relacionamento que o cliente tem com o banco.
Hoje, na média, o crédito pessoal nas duas instituições custa cerca de 3% por mês. No crédito de loja, a taxa varia de 6%, na Caixa, a 2,4%, no Banco do Brasil. Já no cheque especial, a taxa média gira perto de 8% nas duas casas.
O pacote também trará benefícios para o crédito voltado às empresas. Nas linhas para pessoas jurídicas, o juro deve ser cortado especialmente nos empréstimos para capital de giro e antecipação de recebíveis, como cheques pré-datados, cartões de crédito e duplicatas.
À espera de um "ok" do ministro da Fazenda, Guido Mantega, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal já têm quase tudo pronto para divulgar as novas taxas. Após várias semanas de preparativos, fontes sinalizam que a estratégia atual prevê a divulgação separada dos pacotes nos dois bancos.
Provavelmente ainda esta semana, a Caixa pode anunciar a redução dos juros e os novos pacotes de produtos e serviços para atrair os clientes de outros bancos. Na instituição, uma fonte afirma que "está tudo pronto".
No Banco do Brasil, o trabalho está em fase final, mas ainda existem alguns detalhes que passam por um processo de ajuste fino, como as taxas de juros de algumas das linhas de crédito. Nesse caso, os trabalhos estão "sendo ultimados", segundo outra pessoa que acompanha a preparação do pacote.
Um dos motivos do ritmo diferente entre as duas casas é o fato de que mudanças na estrutura das operações e das receitas no Banco do Brasil podem ser questionadas por acionistas minoritários. O fato tem sido tratado com muita atenção por técnicos do banco nas estimativas e projeções. Sem ações na Bolsa de Valores de São Paulo, a Caixa avalia o assunto com mais tranquilidade.
Conforme o Estado anunciou na semana passada, a ação agressiva das duas casas faz parte de um plano maior da equipe econômica que pretende levar clientes dos concorrentes privados para os bancos públicos.
Para isso, Banco do Brasil e Caixa querem acelerar a chamada portabilidade - situação em que o cliente migra a conta corrente e operações de crédito entre instituições financeiras.
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