A importação de feijão ficará isenta de imposto, até novembro deste ano, conforme uma determinação anunciada, nesta segunda-feira, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A alíquota até domingo era de 10%. A medida é para conter a alta nos preços do produto — que já chega a 22,75%, em um ano, no caso do feijão preto.
Apesar da desoneração, pesquisar ainda é o maior diferencial para quem quer economizar. Um levantamento feito pelo EXTRA, ontem, em supermercados mostra diferenças de até 34% em pacotes de feijão preto da mesma marca. A maior variação é do Kicaldo, que estava a R$ 3,49 no Extra, e a R$ 4,68 no Prezunic.
O Brasil tem importado feijão por causa da produção nacional, insuficiente nas primeiras safras deste ano. Segundo Marcelo Lüders, diretor e analista de Mercado Agrícola da Correpar, o déficit de feijão no país chegará a um milhão de toneladas até dezembro:
— O consumo estimado para o ano é de 3,5 milhões de toneladas, mas a produção não chegará a 2,5 milhões.
O analista não acredita, porém, que apenas a isenção do imposto conseguirá segurar o custo ao consumidor. Para ele, tudo dependerá do comportamento do dólar, que está em alta. Portanto, ao importar, o Brasil paga mais pelo feijão:
— Não há previsão de preços em queda, até porque há falta de produto no mercado externo. No máximo, os valores não vão subir tanto.
O professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) André Braz também vê outros motivos para novas altas.
— Se o clima não ajudar, a oferta poderá ser reduzida, e os preços continuarão a avançar, mesmo com desoneração — afirmou ele, referindo-se à próxima safra, em agosto.
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