Troca por fluorescente compacta garante economia de quase R$ 70 em um ano. Em dez, consumidor terá poupado R$ 1.200.
Ainda muito cara, a LED vale a pena no longo prazo. Em 13 anos, gasta-se R$ 2 mil menos do que com a incandescente.
A partir de 2016, não haverá mais incandescentes nas lojas do país.
Quase 140 anos depois de serem criadas pelo americano Thomas Edison, as lâmpadas incandescentes estão proibidas nos Estados Unidos desde o último dia 1º. As tradicionais lâmpadas de 40 e 60 watt não serão mais produzidas ou importadas porque não atendem a exigências de eficiência energética aprovadas em lei federal de 2007 e que entrou em vigor, em etapas, a partir de 2011. No Brasil, as incandescentes com mais de 60 watt não estão mais disponíveis no mercado desde junho do ano passado. As com mais de 40 watt só serão comercializadas até 30 de junho deste ano. Já as de mais de 25 watt serão encontradas até junho de 2015 e, a partir de 2016, não haverá mais incandescentes de 127 ou 220 volts nas lojas do país.
Marcos Borges, responsável pelo Programa Brasileiro de Etiquetagem (RPBE) do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), explica que todas as lâmpadas incandescentes são ineficientes e que em 2008 a Agência Internacional de Energia lançou 25 recomendações públicas para o aumento da eficiência energética. Uma delas foi sobre a necessidade de mudar o tipo de lâmpada utilizada mundialmente. As opções são as fluorescentes compactas (LFC) ou as de LED.
A partir da publicação da Portaria Interministerial 1007, de 31 de dezembro de 2010, o Brasil ingressou no rol dos países que adotaram medidas visando à retirada gradual do mercado, interrompendo o uso das lâmpadas incandescentes que não atendem a níveis mínimos de eficiência energética previamente estabelecidos. Cada país seguiu um caminho para a substituição das incandescentes, verdadeiros vampiros de energia.
— Cuba proibiu em 2005; Argentina, em 2008; Rússia, em 2011. Os países se dividiram entre o estabelecimento de metas e a proibição. Nossos parâmetros são muito rigorosos — afirma Borges. — O que precisa ficar claro é que não se está simplesmente está proibindo a venda de uma lâmpada de R$ 2 para que o consumidor compre uma de R$ 9 . É um processo que está ocorrendo no mundo todo porque as incandescentes não são boas para o consumidor.
Caminho semelhante ao da União Europeia
O Brasil optou por um caminho semelhante ao da União Europeia, com o estabelecimento de um cronograma com metas ousadas em vez da proibição de uma só vez da importação ou fabricação do produto. E o cumprimento dessas metas requer uma eficiência mínima, que não foi alcançada por nenhum fabricante desse tipo de lâmpada no país ou no exterior, o que na prática está levando a sua extinção.
O cronograma brasileiro começou em junho de 2012, quando foram proibidas as lâmpadas com mais de 150 watt, No ano seguinte, foi a vez das com mais de 40 watt. Este ano é a vez das com mais de 40 watt e, ano que vem, das que têm mais de 25 watt.
Aparentemente, o consumidor acredita que a lâmpada incandescente é mais em conta porque seu custo médio é de R$ 2, enquanto a LFC custa de quatro a seis vezes mais, entre R$ 8 e R$ 12, enquanto a LED é 35 vezes mais cara, cerca de R$ 70. Já a durabilidade é inversamente proporcional ao preço. Ou seja, enquanto uma incandescente dura cerca de mil horas, a LFC dura 8 mil e a LED, 50 mil. Além disso, o consumo de energia também é bem diferente entre os tipos de lâmpadas. A incandescente gasta muita, pois gasta mais com calor do que com luz, desperdiçando energia — já a LFC é quatro vezes mais econômica e a LED, oito vezes mais.
Assim, em um ano, o consumidor — com uma casa de dois quartos e o uso de 13 lâmpadas — que trocar a incandescente por LFC economizará R$ 69,13, já que terá um custo com lâmpadas (52) de R$ 104 e de R$ 109,50 com a conta, num total de R$ 213,50. Com a LFC, este consumidor gastará R$ 117 com lâmpadas (13) e de R$ 27,38 com a conta, totalizando R$ 144,38. Já a opção pela LED ainda não terá valido a pena, pois só o custo com lâmpadas (13) seria de R$ 910, além de R$ 14,60 com a conta.
Em um prazo de cinco anos de uso, a LED já começa a ficar mais interessante, porém ainda é mais econômico o consumidor optar pela LFC. Neste período, serão necessárias 247 lâmpadas incandescentes (R$ 494), que vão gerar um gasto nas contas de luz de R$ 547,50, num total de R$ 1.041,50. Com a LFC, serão necessárias 39 lâmpadas ao custo de R$ 351, enquanto as contas sairão a R$ 136,88, totalizando R$ 487,88. Já se optar pela LED, o consumidor utilizará apenas as 13 lâmpadas compradas cinco anos antes (R$ 910) e as contas para todo o período terão um custo de R$ 73. Ou seja, o consumidor economizará R$ 553,63 se trocar a incandescente pela LFC e R$ 58,50 se optar pela LED.
Em dez anos, a LFC, continua sendo mais econômica do que a LED, já que a primeira garante uma economia de R$ 1.198,25 frente ao gasto com uma incandescente, enquanto a da outra é de R$ 1.001,00. Já num prazo de 13,7 anos — ou as 50 mil horas de vida útil da LED — o consumidor que fizer a opção por este tipo de lâmpada terá poupado R$ 2.040,13, enquanto o que tiver ficado com a LFC terá feito uma economia de R$ 1.606,11.
— O custo da compra mais a manutenção da incandescente sai bem mais caro. A troca é boa para o bolso do consumidor porque tira o vampiro e ajuda o país porque a evita um gasto excessivo de energia — afirma Borges.
Além disso, Borges lembra que, em termos de tecnologia, a da incandescente está a serviço da humanidade há mais de 100 anos e já está superada, embora seu impacto ambiental seja muito baixo. Já a fluorescente tem como fator problemático o descarte, pois sua composição inclui mercúrio, que é um metal altamente tóxico. A LED, por outra parte, é composta por materiais que podem ser reciclados, mas ainda é muito cara.
— A LED é uma opção para não se pensar num curto período de tempo. E o preço vem baixando. Hoje a recomendação é que o consumidor opte ao menos por uma fluorescente.
Fonte: O Globo - Online
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