Dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da
Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) indicam que o número
de empresas com contas em atraso e registradas nos cadastros de
devedores cresceu 4,30% em abril, na comparação com o mesmo mês do ano
passado. Foi a menor variação para o mês de abril desde 2011. Na
comparação com o mês anterior a alta foi de 0,75%.
Segundo os
dados, a Região Nordeste lidera o crescimento da inadimplência entre as
empresas, com aumento de 5,59% em abril na comparação com o mesmo mês do
ano anterior. Em seguida, aparecem as regiões Sudeste (4,43%), Norte
(4,39%), Centro-oeste (3,51%) e Sul (1,93%).
“O recuo da
atividade econômica tem refletido em queda do faturamento das empresas e
na capacidade dos empresários honrarem seus compromissos e manterem um
bom fluxo de caixa. Mas por outro lado, os índices vêm crescendo em um
ritmo menor, em decorrência da maior restrição ao crédito e da menor
propensão a investir. Com menos custos e menos tomada de crédito,
consequentemente, há menos endividamento”, disse o presidente da CNDL,
Honório Pinheiro.
No indicador dívidas em atraso o crescimento
também foi o menor já observado para os meses de abril desde o ano de
2011: alta de 1,99% na comparação anual. Na comparação mensal, na
passagem de março para abril, a variação positiva foi de 0,41%.
Entre
os segmentos devedores, as altas mais expressivas ficaram com os ramos
de serviços (7,31%) e indústrias (3,90%), seguidos pelas empresas que
atuam no setor de comércio (3,12%). O segmento de agricultura foi o
único a apresentar queda na quantidade de empresas com contas em atraso
(- 1,57%).
Já o setor credor,que apresentou o maior crescimento
das dívidas de pessoas jurídicas, são as empresas do ramo do comércio
(8,29%), seguidas das indústrias (7,10%), serviços, que engloba bancos e
financeiras (0,19%). O único segmento a apresentar queda foi o de
agricultura (-16,80%).
“Espera-se, para os próximos meses, que a
atividade econômica se mantenha fraca e os empresários permaneçam
cautelosos, devido ao cenário de grande incerteza política, o que deve
manter o crescimento da inadimplência das empresas em patamares
discretos frente à série histórica como um todo”, observou a
economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Fonte: EBC