Depois de “discretos ganhos” nos dois últimos meses, o Índice de
Confiança da Construção (ICST) recuou 2,5 pontos em maio, para 74
pontos, no resultado ajustado sazonalmente. O resultado de maio da
Sondagem da Construção, foi divulgado hoje (26), pelo Instituto
Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).
Com
o recuou de abril para maio, Índice de Confiança da Construção além de
devolver os discretos ganhos dos últimos meses, retornou ao nível de
oito meses atrás, quando o indicador fechou setembro do ano passado em
74,2 pontos.
Ao comentar os números divulgados, a coordenadora de
Projetos da Construção da FGV, Ana Maria Castelo, disse que a queda do
ICST de abril para maio “reflete a situação de fragilidade do cenário
para o setor da construção”. Segundo ela, a avaliação dominante entre as
empresas é que o quadro está melhor do que no ano passado, mas ainda
não mostra dinamismo para uma possível recuperação.
A forte queda em maio
A
FGV avaliou que “a forte queda do ICST”, em maio, foi devido a baixa
avaliação das empresas em relação ao momento atual e das expectativas
quanto ao futuro refletindo no Índice de Expectativas (IE-CST) que teve
queda de 3 pontos, para 84,6 pontos, com retração nos dois quesitos que o
compõem.
O destaque negativo do mês ficou com o indicador que
mede o otimismo com a situação dos negócios nos seis meses seguintes,
que variou -3,8 pontos, para 85,6 pontos, o menor nível desde os 85,3
pontos de janeiro de 2017.
O Índice de Situação Atual (ISA-CST),
ao recuar 2 pontos, para 63,7 pontos, devolveu a alta de 2,9 pontos de
abril. Ambos os indicadores que compõem o subíndice recuaram, com
destaque para o que mede situação dos negócios corrente, que caiu 2,2
pontos, para 64,6 pontos.
Segundo Ana Maria Castelo, “a percepção
em relação à situação atual vem oscilando em patamares muito baixos,
levando a uma análise para baixo das expectativas”. Segundo ela, a
pesquisa não captou o aumento de incerteza no ambiente político, que
pode adiar ainda mais a retomada dos investimentos.”
A FGV
ressaltou, que o Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) do setor
recuou 0,7 ponto percentual em maio, alcançando 62,1% - o menor da série
-. Com a atividade mantendo-se em nível muito baixo e as expectativas
de melhora se revertendo, as empresas do setor continuam com tendência a
desmobilizar mão de obra.
Considerando que o setor da construção
havia sido o único a registrar saldo negativo no Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (Caged) em abril, os dados do NUCI de Mão de
Obra do setor em maio - e o Emprego Formal do Caged - sugere que o
mercado de trabalho na construção ainda deverá se manter em queda por
algum tempo.
A edição de maio de 2017 coletou informações de 696
empresas entre os dias 2 e 24 deste mês. A próxima divulgação da
Sondagem da Construção ocorrerá em 27 de junho de 2017.
Fonte: EBC
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