O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) voltou a fechar com deflação
(inflação negativa) em maio, ao variar -1,1%, depois de ter encerrado
abril também com inflação negativa de 0,76%. A deflação é a menor da
série histórica iniciada em 1993, portanto, há 24 anos.
Os dados
relativos ao IGP-10 foram divulgados hoje (16), no Rio de Janeiro, pelo
Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
Em maio de 2016, a variação foi de 0,6%.
Com a deflação de maio, o
IGP-10 acumula nos primeiros cinco meses do ano (janeiro a maio)
inflação negativa de 0,81%. Já a taxa acumulada nos últimos 12 meses
continua positiva em 2,14%.
Preços ao Produtor
A
inflação negativa de maio foi mais uma vez impactada pela variação dos
preços ao produtor, que voltaram a fechar com deflação. Segundo os dados
divulgados, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) variou -1,74%,
em maio, depois de ter registrado em abril taxa negativa de 1,29%. O IPA
responde por 60% da composição do IGP-10.
O resultado é reflexo,
principalmente, do comportamento dos preços do grupo Matérias-Primas
Brutas, que registrou em maio deflação de 5,46%, depois de ter acusado
em abril inflação negativa de 3,49%.
Contribuíram para a
desaceleração do grupo os itens: minério de ferro (-0,66% para -13,57%),
cana-de-açúcar (-0,38% para -2,66%) e leite in natura (4,75% para
1,39%). No sentido contrário, destacaram-se os itens soja (em grão)
(-8,23% para -1,80%), milho em grão (-12,33% para -9,62%) e bovinos
(-1,75% para -0,92%). Apesar da alta entre um mês e outro, todos os
grupos tiveram variações negativas de preços.
O grupo Bens
Intermediários também registrou variação negativa em maio frente a
abril, embora de menor magnitude: -0,38%. No mês anterior, a taxa havia
sido de -0,81%.
A principal contribuição para a taxa menos
negativa partiu do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a
produção, cuja taxa passou de -2,39% para -0,15%. Já o grupo Bens Finais
registrou em maio alta de 0,18%. A variação foi menor do que o 0,21%,
de abril.
Único a fechar o mês em alta, também o Índice de Preços
ao Consumidor (IPC) registrou variação menor em maio, com variação de
0,21% ante 0,42% em abril. Quatro das oito classes de despesa
componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação,
com destaque para o grupo Alimentação (0,92% para 0,23%).
Também
fecharam com variações menores de preços em maio frente a abril os
grupos Habitação, cujos preços caíram de 0,6% para 0,03%; Educação,
Leitura e Recreação (0,22% para -0,61%) e Despesas Diversas (0,64% para
0,17%).
Custo da construção também cai
Também
com variação negativa de preços, o Índice Nacional de Custo da
Construção (INCC) registrou, em maio, deflação de 0,02%, a mesma do mês
anterior. O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços acusou
variação de -0,06%. No mês anterior, a taxa havia sido de -0,04%.
O IGP-10 é calculado com base nos preços coletados entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência.
Fonte: Agência Brasil
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