O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, confirmou ontem
(10) que o Tesouro Nacional poderá, em última instância, socorrer bancos
em dificuldades financeiras.
A proposta está em projeto ainda em
elaboração pelo governo, que revisa o marco legal de atuação do BC no
caso de bancos com problemas. Atualmente, a Lei de Responsabilidade
Fiscal (LRF) proíbe o uso de recursos públicos para socorrer bancos. Uma
matéria publicada na edição de segunda-feira (9) do jornal Valor Econômico diz que o governo vai enviar proposta ao Congresso com as novas regras.
De
acordo com Goldfajn, o projeto “faz tudo para preservar os recursos
públicos”, colocando o contribuinte por último. “Se não planejar, na
hora sabemos quem vai pagar. Tem que colocar todo mundo organizado”,
disse.
Goldfajn acrescentou que não se trata de uma questão conjuntural, ou seja, relacionada ao cenário econômico atual.
O
presidente do BC acrescentou que o projeto está sendo feito para se
adequar a acordo firmado com o G-20, grupo das 20 economias mais
desenvolvidas do mundo. Esse acordo foi feito após a crise financeira
mundial, gerada por operações do setor financeiro no mercado imobiliário
americano.
Gasolina, gás e luz
Questionado
por senadores sobre o aumento do preço da gasolina, do gás e da luz,
Goldfajn disse que houve congelamento de reajustes há dois anos. “E
agora que soltamos [os reajustes], o preço é maior”, disse.
Goldfajn
defendeu a queda da inflação, que, segundo ele, está ajudando a retomar
o consumo, acrescentando que é preciso retomar os investimentos. “O
investimento tem que vir. Como vem? Primeiro se recupera a utilização da
capacidade. Vem também pela confiança. E a confiança está vindo. A
economia está recuperando”, disse.
O presidente do BC acrescentou
que há investidores estrangeiros interessados em aplicar recursos no
Brasil, se houver melhora nas perspectivas do país.
Goldfajn participou hoje de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.
Fonte: EBC
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