Com a redução de ontem, a Selic iguala-se ao nível de maio de 2013,
quando também estava em 7,5% ao ano. De outubro de 2012 a abril de 2013,
a taxa foi mantida em 7,25% ao ano, no menor nível da história, e
passou a ser reajustada gradualmente até alcançar 14,25% ao ano em julho
de 2015. Somente em outubro do ano passado, o Copom voltou a reduzir os
juros básicos da economia.
Em comunicado, o Copom informou que a
conjuntura econômica prevê que os juros continuarão abaixo da taxa
estrutural (juros necessários para segurar a inflação) por algum tempo.
Segundo o BC, somente a aprovação das reformas estruturais poderá
garantir a manutenção dos juros em níveis baixos por longo tempo.
Nas
últimas quatro reuniões, o Copom reduziu a taxa em 1 ponto percentual.
No encontro de hoje, o ritmo de corte caiu para 0,75 ponto. De acordo
com o comunicado, a intensidade do corte pode cair ainda mais nas
próximas reuniões. “Para a próxima reunião, caso o cenário básico evolua
conforme esperado, e em razão do estágio do ciclo de flexibilização, o
Comitê vê, neste momento, como adequada uma redução moderada na
magnitude de flexibilização monetária”, destacou o Banco Central.
A
Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob
controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), o IPCA ficou em 0,16% em setembro, próximo da mínima
histórica de 0,08% registrada em setembro do ano passado.
Nos 12
meses terminados em setembro, o IPCA acumula 2,54%, a menor taxa em 12
meses desde fevereiro de 1999. Até o ano passado, o Conselho Monetário
Nacional (CMN) estabelecia meta de inflação de 4,5%, com margem de
tolerância de 2 pontos, podendo chegar a 6,5%. Para este ano, o CMN
reduziu a margem de tolerância para 1,5 ponto percentual. A inflação,
portanto, não poderá superar 6% neste ano nem ficar abaixo de 3%.
Inflação
No Relatório de Inflação, divulgado no fim de setembro pelo Banco Central, a autoridade monetária estima que o IPCA encerrará 2017 em 3,2%. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá fechar o ano em 3,06%, mesmo com os aumentos recentes nos preços dos combustíveis.
Até
agosto do ano passado, o impacto de preços administrados, como a
elevação de tarifas públicas; e o de alimentos como feijão e leite
contribuiu para a manutenção dos índices de preços em níveis altos. De
lá para cá, no entanto, a inflação começou a cair por causa da recessão
econômica e da queda do dólar.
Crédito mais barato
A
redução da taxa Selic estimula a economia porque juros menores
barateiam o crédito e incentivam a produção e o consumo em um cenário de
baixa atividade econômica. Segundo o boletim Focus, os
analistas econômicos projetam crescimento de 0,73% do Produto Interno
Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos pelo país) em 2017. A
estimativa está em linha com o último Relatório de Inflação, divulgado em setembro, no qual o BC projetava expansão da economia de 0,7% este ano.
A
taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no
Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência
para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o
Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços,
porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Ao
reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a
produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação.
Fonte: Agência Brasil
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