Priorizar a alimentação orgânica, respeitar a cultura alimentar
regional, evitar alimentos processados, aumentar o consumo de água e a
prática de atividades físicas, além de envolver as famílias na
alimentação saudável e estimular o ato de cozinhar, com oficinas
culinárias. Estas são algumas das recomendações feitas pelos
participantes do Congresso Internacional de Alimentação Escolar,
encerrado ontem (5) em Brasília.
O evento reuniu representantes de
24 países para discutir o papel da alimentação escolar e compartilhar
experiências sobre a educação alimentar e nutricional. O resultado foi
um documento com três eixos principais: acesso aos alimentos, construção
do conhecimento e promoção de hábitos.
As recomendações serão
publicadas para que possam ser usadas pelos países participantes, seus
estados e municípios, de modo a respaldar a discussão sobre as políticas
a serem adotadas, informou Najla Veloso, coordenadora de um projeto
para o fortalecimento de programas de alimentação escolar na América
Latina e Caribe, da Organização das Nações Unidas para Agricultura e
Alimentação (FAO).
O representante da FAO no Brasil, Gustavo
Chianca, disse que a troca de experiências no evento, com adaptação para
a realidade de cada país, vai ajudar a construir caminhos para a
educação alimentar e nutricional. “Essa construção coletiva que vai
trazer a força para podermos continuar com esse tema tão bonito e tão
importante para nós”.
No final do evento, os representantes de
diversos países ressaltaram a importância de trabalhar em conjunto para
encontrar soluções. O representante da Secretaria Nacional de Segurança
Alimentar da Guatemala, Sérgio González, observou que foram parecidos os
problemas relatados por diversos países durante o congresso. “Todos
esses dias observamos problemas comuns e soluções similares, mas não
iguais”, disse González.
Segundo a professora Alissandra Almeida,
que dá aula para alunos da educação infantil no município de Castro, no
Paraná, a participação no congresso fez com que ela se desse conta da
importância dos professores para o estímulo à alimentação saudável. “Eu
não tinha essa dimensão, e só ouvindo mesmo para se sentir valorizada
como professora. Eu vou levar e vou multiplicar e vou fazer a diferença
na minha cidade”.
Comer pra quê?
Durante o
evento, a coordenadora-geral de Educação Alimentar e Nutricional do
Ministério do Desenvolvimento Social, Mariana Pinheiro, apresentou o
projeto Comer pra quê?, direcionado à juventude brasileira e com o
objetivo de gerar consciência crítica sobre as práticas alimentares. O
movimento está em ação desde 2014 por iniciativa do ministério, em
parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e a Universidade Federal
do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), entre outras instituições.
O
movimento buscou conhecer a realidade dos jovens para criar situações
de reflexão e pensar sobre o papel das escolhas alimentares, tanto para
si mesmo quanto para a sociedade e para o planeta. Depois disso, foram
realizadas oficinas com entidades, a partir das quais foi elaborado
material de comunicação, como o site www.comerpraque.com.br, com conteúdos como filmes de animação, spots de rádio e vídeos protagonizados pelos participantes do projeto.
Fonte: EBC
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