O relatório do deputado Alex Canziani (PTB-PR) sobre a Medida
Provisória 785/2017, que trata das mudanças no Fundo de Financiamento
Estudantil (Fies), foi aprovado ontem (10) na comissão especial que
analisa a MP. O texto deve ser votado no plenário da Câmara até o dia 17
de novembro para que a medida não perca a validade.
Entre as
mudanças introduzidas no relatório está a ampliação do aporte do Tesouro
Nacional ao Fundo Garantidor do Fies (FG-Fies), de R$ 2 bilhões para R$
3 bilhões em quatro anos. O texto aprovado também estabelece que a
parte do Fies destinada a estudantes carentes terá juro zero. O
benefício já tinha sido anunciado pelo governo, mas não estava no texto
da MP enviado ao Congresso.
A comissão também aprovou a
possibilidade de usar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)
para o pagamento das dívidas do Fies, mas a medida depende de aprovação
do Conselho Curador do FGTS. “Houve uma grande movimentação de
ministros, e do setor de construção civil, dizendo que isso ia afetar
muito, então colocamos essa possibilidade, mas desde que haja aprovação
do conselho curador”, explicou o relator.
Canziani decidiu tirar
do texto da MP a possibilidade de financiamento pelo Fies de cursos à
distância. Mas, segundo ele, isso não impede que o Ministério da
Educação autorize o financiamento desses cursos. “O texto da lei hoje
não impede o financiamento da educação à distância, a gente queria
deixar mais clara essa possibilidade, mas para chegar a um consenso, nós
tiramos”, disse o deputado.
O relatório manteve a possibilidade
de professores abaterem 1% do saldo devido no Fies para cada mês
trabalhado na rede pública de educação, como é atualmente. O texto do
governo limitava o abatimento a 50% do valor do financiamento. Para
médicos, essa restrição percentual foi mantida.
Segundo
o relator, o texto deve ser votado em plenário em duas semanas. “É o
ideal dentro daquilo que conseguimos construir. Eu queria que tivesse
mais vagas, melhores condições, mas para ele seja sustentável e perene,
tivemos que fazer dentro dessa limitação”, diz.
Mudanças
Em
julho deste ano, o governo anunciou mudanças no Fies a partir do ano
que vem. Estão previstos três tipos de financiamento, sendo que 100 mil
vagas serão ofertadas com recursos públicos, que terão juro zero
e serão voltadas a estudantes que tiverem renda per capita mensal
familiar de três salários mínimos. As outras duas modalidades serão
financiadas com recursos dos fundos constitucionais regionais e do Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Fonte: EBC
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