Em todo o país, entre os profissionais que concluíram o ensino
superior nos últimos dois anos, a maior parte recebe salário inferior a
R$ 3 mil, segundo levantamento divulgado hoje (18), em São Paulo, pelo
Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp). A pesquisa
aponta ainda a desvalorização da licenciatura - enquanto 50% dos
profissionais dos cursos de bacharelado recebem abaixo de R$ 3 mil, na
licenciatura o percentual sobe para 88%.
Dos oriundos da rede
pública, 21,8% ganham menos de R$ 1 mil, 54,4% têm salário entre R$ 1
mil e R$ 3 mil, 16,8% recebem entre R$ 3 mil e R$ 5 mil e 6,1% têm renda
acima de 5 mil. Entre os egressos da rede pública, 23,1% ganham menos
de R$ 1 mil, 48,1% estão com faixa salarial de R$ 1 mil a R$ 3 mil,
22,1% recebem de R$ 3 mil a R$ 5 mil e 6,8% têm salário acima de R$ 5
mil.
Para Rodrigo Capelato, diretor do Semesp, a diferença
salarial entre aqueles que estudaram em rede pública e particular não é
substancial entre recém-formados. Segundo ele, o grande desafio dos
cursos de graduação é elevar a renda de quem já trabalha e estuda para
melhorar de vida. “As pessoas estão se formando e os salários não estão
subindo tanto assim”, explicou.
A maioria dos alunos ainda se
matricula em carreiras clássicas do bacharelado, 40% optam por direito,
administração, engenharias e ciências sociais. Na comparação entre os
salários, os engenheiros têm os de melhor renda: 32,1% ganham entre R$ 3
mil e R$ 5 mil, sendo que 10% recebem de R$ 10 mil a R$ 15 mil. Entre
os formados em administração, 15,99% encontram-se na faixa salarial
entre R$ 3 mil e R$ 5 mil.
Empregabilidade
Segundo
o levantamento, 47,09% trabalham na área de formação, 34,3% dos
egressos não trabalham e 18,7% atuam em uma área diferente da sua
formação. A pesquisa também indicou que 38% entre aqueles que
responderam que não trabalham dedicam-se à pós-graduação. Já 12% estão
fazendo outro curso de graduação e 48,3% não têm ocupação.
Egressos
de entidades privadas e públicas concordam que as instituições de
ensino precisam fazer mais parcerias com empresas, investir em aulas
práticas e fomentar estágios. O levantamento ouviu 1.445 participantes
de 135 cursos diferentes de todo o país, sendo 1.089 formados e 356
pessoas que abandonaram o curso ou ainda estudam. A margem de erro é de
três pontos percentuais para mais ou para menos.
Fonte: Agência Brasil
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