O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse hoje (30) que
aprovar a reforma da previdência em 2018, ano eleitoral, seria difícil.
Ele defendeu a aprovação da proposta ainda em 2017 durante entrevista ao
programa Por Dentro do Governo, da TV NBR,
produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da
República, com a participação de emissoras de rádio de todo o país e com
perguntas enviadas pelas redes sociais.
“O próximo ano é
eleitoral. É difícil a aprovação de medidas desse porte no próximo ano. É
muito importante que seja feita [a aprovação] neste governo. Teremos
eleição ano que vem. Haverá um novo governo tomando posse. Qualquer
governo terá que fazer [a reforma]. Se não for feita agora, será o
primeiro desafio do próximo governo”, disse, acrescentando que a reforma
é importante para manter as condições de crescimento econômico.
Para
Meirelles, o governo tem condições de conseguir a aprovação da reforma
da Previdência, mesmo depois do placar de votação na Câmara dos
Deputados sobre a denúncia contra o presidente Michel Temer. Meirelles
defendeu que são questões diferentes. “Existem muitos parlamentares que
votam de uma maneira e agora poderão votar de outra. São duas coisas
completamente diferentes”, disse em entrevista a jornalistas, após
participar do programa.
Durante o programa na TV NBR,
o ministro disse ainda que a projeção oficial atual de crescimento da
economia no próximo ano é de 2%, mas deverá ser revisada. “Vamos fazer
uma revisão proximamente, mas não me supreenderia se estiver acima de 3%
de crescimento para o ano de 2018”, explicou.
“Voltamos a
crescer e agora de uma maneira forte e consistente. Atravessamos a maior
recessão da nossa história e uma crise dessa profundidade tem os seus
efeitos que se prolongam por algum tempo”, afirmou o ministro.
Acrescentou que a população pode ainda não perceber, por ainda haver
“grande número de desempregados”. Entretanto, o desemprego está
diminuindo, assegurou.
Inflação
Questionado
sobre o aumento do preço da gasolina, o ministro da Fazenda disse que o
reajuste é influenciado pelo mercado internacional de petróleo e pelos
custos da Petrobras para extração e distribuição.
Durante a
entrevista, Henrique Meirelles destacou ainda que o “custo de vida está
subindo menos que os salários em média”. “Há um ganho no poder de compra
dos trabalhadores. A inflação nos últimos meses subiu 2,5%. É uma das
mais baixas da história do Brasil. E os salários têm subindo acima
disso”, disse.
Reforma tributária
Ao ser
questionado sobre a ausência de tributação sobre grandes fortunas,
Meirelles afirmou que na reforma tributária haverá debate envolvendo o
imposto sobre patrimônio. Além disso, segundo ministro, a ideia é
simplificar a tributação para que o “cidadão possa pagar de maneira mais
simples e em menos tempo”. “E as empresas terão um sistema mais
eficiente de pagamento, menos caro”, disse.
Ajuste fiscal para 2018
O
ministro da Fazenda disse que o governo ainda avalia se as medidas de
ajuste fiscal para 2018 serão enviadas ao Congresso Nacional por medida
provisória ou projeto de lei.
“Durante a semana, estaremos
discutindo se será medida provisória, que é mais eficiente e mais
rápida, ou será por projeto de lei como deseja a liderança do
Legislativo. Mas isso é questão de uma conversa democrática que está em
andamento. Se não for medida provisória, vamos ter que trabalhar como
regime de urgência”, afirmou Meirelles após participar do programa Por Dentro do Governo, da TV NBR.
Na semana passada, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, reuniu-se com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para explicar o conteúdo das novas medidas que devem compor a peça orçamentária do ano que vem.
“São
três medidas: o adiamento dos reajustes das carreiras de alto nível do
governo – as mais bem remuneradas –, o aumento da contribuição
previdenciária dos servidores que ganham mais de R$ 5 mil por mês e a
tributação dos fundos exclusivos para gestão de grandes fortunas.
Somadas, elas impactam mais de R$ 15 bilhões para 2018.”, disse
Oliveira.
Refis
O ministro Henrique Meirelles disse também que não descarta a prorrogação do prazo de acesso ao novo Programa Especial de Regularização Tributária (Pert, mais conhecido como novo Refis),
mas sugeriu que as empresas façam a adesão “o mais rápido possível”.
“Minha sugestão é que as empresas apresentem sua adesão hoje, o mais
rápido possível. Caso haja necessidade, pode haver uma prorrogação.
Sugiro fortemente a todas as empresas a não ficarem apostando nisso [na
prorrogação]”, destacou. O prazo de adesão ao programa vai até amanhã
(31).
Fonte: EBC
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