Hoje, o assunto é algo que vemos rotineiramente, mas que muitas
vezes não encaramos como problema: o uso indiscriminado de medicamentos,
vitaminas e comprimidos por idosos. A cada ano, o Censo mostra um
avanço no número de pessoas que já ultrapassaram 60 anos no Brasil
(segundo o IBGE, atualmente 7,4% da população é idosa, o que representa
aproximadamente 14 milhões de pessoas).
Dessa totalidade,
80% usa pelo menos um medicamento por dia, e 50% mais que um. Esse
fenômeno é conhecido como POLIFÁRMACIA, o idoso consome um medicamento
para a doença A, um outro pra doença B, dois pra doença C, etc. O grande
problema são as interações ocorrentes entre esses fármacos, em que um
diminui ou anula a função do outro, ou também a intoxicação
medicamentosa em que o indivíduo poderá até, ir a óbito.
A linha é muito tênue entre os benefícios que os remédios trazem
e suas reações adversas e efeitos colaterais. Temos que lembrar da
fisiologia do corpo do idoso, em que existe menos água circulando,
dificultando a absorção do medicamento. Além disso, o fluxo de sangue no
fígado é menor, diminuindo a metabolização dos comprimidos.
Sendo
assim, os mesmos fármacos que podem prologar a vida dos idosos poderão
também diminuir a qualidade dessa vida, por isso o consumo irracional
precisa ser combatido.
No Brasil ocorre um desrespeito por parte
de alguns comércios, que não estão alinhados com as regras da vigilância
sanitária. Nos últimos anos, os noticiários tem mostrado remédios à
base de farinha de trigo ou açúcar que não produzem efeito algum,
tornando-se apenas um placebo para o paciente.
Muitas vezes não
existe autorização para a comercialização de alguns produtos
farmacêuticos, como é o caso da anfetamina que, mesmo sendo uma
substância proibida no país, é possível comprar facilmente sem receita
médica. Outros medicamentos são vendidos ainda em fase de teste ou sem
comprovação de eficiência.
Essa conduta
não é interessante para o usuário que fica nas mãos dos fabricantes de
medicamentos. Aliás, o marketing forte em cima de indústrias
farmacêuticas, drogarias e rótulos de remédios é absurdo e deixou de ser
saúde para se tornar comércio rentável com aquela falsa ilusão que a
substância trará o bem estar físico e mental, aumentado ainda mais a
automedicação e o uso inconsciente.
Os idosos utilizam os fármacos
para tratar depressão, dores, indução ao sono e alívio de ansiedade ou
estresse, sem qualquer orientação médica ou usando o populacho para
escolher a próxima caixinha. Assim, a pessoa torna-se viciada em
medicamentos e para qualquer sintoma ou desconforto são dois ou três
comprimidos. Mas, como tratar essa mania?
Na sociedade existe uma
grande parcela que não concorda com o tratamento de viciados idosos,
muitos dizem que eles não querem ser ajudados ou que estão na última
etapa da vida. Todos merecemos tratamento independente da faixa etária,
cor, credo ou classe social. É demorado e requer muita força de vontade.
No Brasil há diversos relatos de pessoas que conseguiram vencer a
hipocondria e vício medicamentoso com ajuda da atividade física e
mudança nos hábitos alimentares. Precisamos apenas nos conscientizar que
essa doença existe e combatê-la com força e determinação.
Fonte: Universo Jatobá
Nenhum comentário:
Postar um comentário