A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC)
informou hoje, no Rio de Janeiro, que, em todo o país, os diversos
segmentos do setor vêm registrando recuperação na geração de empregos,
apesar de ainda apresentarem saldo negativo no valor agregado.
Segundo
pesquisa, a partir de dados do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, nos três primeiros
meses do ano 13 dos 25 subsetores de atividade geraram postos de
trabalho, com a maior parte das vagas criadas contemplando trabalhadores
jovens e qualificados.
Apesar da constatação, de janeiro a março
foram fechadas 64.378 vagas de emprego no setor, resultado que, no
entanto, chega a ser 78% menor do que o verificado no primeiro trimestre
do ano passado, quando deixaram de existir 303.129 postos de trabalho.
Segundo
a CNC, o setor terciário destacou-se pela geração de vagas no comércio
atacadista, abrindo 5.941 postos de trabalho, enquanto no comércio e na
administração de imóveis e valores mobiliários foram criadas 2.148 novas
vagas.
Os setores que mais reverteram o fechamento de vagas
foram o primário (agropecuária) e o secundário (indústria). De forma
semelhante, dos 15 subsetores que compõem a indústria, oito reverteram
os saldos negativos, com destaque para as indústrias metalúrgica e
têxtil, que geraram 1.378 e 13.383 novos postos de trabalho,
respectivamente.
Ao analisar o comportamento do comércio, o
economista da CNC Fabio Bentes ressaltou que “a reação de alguns
segmentos do mercado de trabalho demonstra o início de uma retomada
parcial da empregabilidade, que é o principal entrave para o crescimento
do consumo no país”.
Segundo ele, “o desempenho mais favorável
da agropecuária e da indústria em detrimento do setor terciário está
associado ao maior aquecimento da demanda externa. A produção industrial
brasileira cresceu 0,3% no início de 2017, e o preço médio das
exportações nacionais avançou 21,3% ante o mesmo período do ano
passado”, afirmou.
Geração por faixa etária
A
CNC destacou, ainda, que a quantidade de postos de trabalho preenchida
por jovens contrastou com o enxugamento de vagas voltadas para
trabalhadores mais experientes. No primeiro trimestre deste ano foram
abertas 175,3 mil vagas para pessoas com até 24 anos de idade, número
120% maior do que o registrado no mesmo período de 2016.
Ao mesmo
tempo, 239,7 mil vagas nas demais faixas etárias foram eliminadas no
acumulado de 2017, ante 382,9 mil nos três primeiros meses de 2016.
Outra constatação da CNC é que a geração de vagas no mercado formal
favoreceu os trabalhadores mais qualificados. De janeiro a março, foram
abertas 60,8 mil vagas para empregados com nível superior completo,
número 44,4% maior do que no mesmo período de 2016.
A CNC
observou, ainda, que houve reversão do saldo negativo do início do ano
passado entre os trabalhadores com nível superior incompleto, com a
abertura de 2.308 novas vagas.
Fonte: Agência Brasil
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