Moradores da região Norte, pessoas com nível intermediário de
educação (que já completaram o ensino fundamental, mas ainda não o
médio) e os jovens foram os que mais perderam emprego no país, em 2016,
segundo a 62ª edição do Boletim Mercado de Trabalho, divulgado hoje (5)
pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O documento
mostra que, entre os jovens de 14 a 24 anos, o valor médio das taxas de
desemprego trimestrais subiu de 20%, em 2015, para 27,2%, em 2016.
Entre os adultos de 25 a 59 anos e os mais idosos, acima de 60 anos,
também houve elevação no valor médio das taxas de desemprego trimestrais
para o ano de 2016.
Para os adultos, a variação das taxas de
desemprego, entre 2016 e 2015, foi de 2,2 pontos percentuais, fechando o
último trimestre de 2016 com a taxa em 9,1%. Para a população mais
idosa, a variação foi de 1,1 ponto percentual, chegando a 3,4%.
No recorte por regiões, o Nordeste apresentou as maiores taxas de desemprego em 2016, chegando a 14,4% no último trimestre.
Com
relação à escolaridade, a evolução mais significativa foi registrada
entre estudantes com ensino fundamental completo e médio incompleto, com
um crescimento de 4,7 pontos percentuais na taxa de desemprego entre o
quarto trimestre de 2016 e o mesmo período de 2015, quando a taxa passou
de 12,2% para 16,9%.
Os trabalhadores por conta própria
mantiveram uma trajetória de crescimento, com variação de 1,25% na média
de 2016 em relação a 2015.
Os demais grupos registraram queda
nos respectivos níveis de ocupação, com exceção dos
militares/estatutários, que cresceram 0,65% no período analisado. Os
trabalhadores com carteira e sem carteira assinada apresentaram queda de
3,72% e 0,35%, respectivamente.
Cenário
Segundo
o boletim, o “cenário de queda no nível de atividade, em 2016, liderou o
comportamento do mercado de trabalho, que teve piora nos indicadores de
ocupação e desemprego”.
Por outro lado, a informalidade e o
rendimento do trabalho apresentaram uma evolução “um pouco menos
preocupante, sinalizando que o processo de deterioração desses
indicadores estaria perdendo fôlego”, segundo o boletim.
O
documento foi elaborado para avaliar o comportamento do mercado de
trabalho brasileiro em 2016, com base nos dados da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), considerando o desempenho nos
últimos anos.
O instituto leva em conta ainda as informações da pesquisa do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho.
O
valor médio das taxas de desemprego trimestrais, em 2016, foi de
11,51%, enquanto que, em 2015, a taxa foi de 8,52%. “O contexto
continuou sendo de queda no nível de atividade e de inflação elevada.
Este cenário ditou o tom do comportamento do mercado de trabalho naquele
ano, que registrou uma piora sensível nos seus principais indicadores,
com destaque para um aumento pronunciado da taxa de desemprego”, informa
o boletim.
Remuneração
O rendimento real
do brasileiro registrou um valor médio de R$ 1.978 em 2016, queda de
2,5% comparado ao ano anterior. Os homens tiveram a diminuição de 3,3%
entre os anos de 2015 e 2016, enquanto as mulheres tiveram perda de 1%
no rendimento, no mesmo período.
Os mais jovens (14 a 24 anos)
apresentaram a maior queda (de 3,6%) no rendimento médio real no ano
2016 em relação ao ano anterior. Os adultos e os mais velhos também
registraram queda no ano anterio, de 3,0% e 2,9%, respectivamente, em
relação à média do ano de 2015.
O boletim aponta que a
informalidade registrou taxas semelhantes em 2016 e 2015, sem apresentar
uma tendência de aumento ao longo de 2016.
Reversão de cenário
O
boletim indica que os primeiros meses de 2017 apontam para a reversão
desse cenário e tem “encorajado os analistas a projetarem para esse ano o
fim do quadro recessivo no nível de atividade e inflação em queda”.
Segundo o Ipea, caso os prognósticos sejam confirmados, é possível que o
mercado de trabalho tenha tenha recuperação ainda este ano.
Fonte: EBC
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