Três pessoas se intoxicam com medicamentos por hora no Brasil. As
crianças são as vítimas mais frequentes. Do total de casos de
intoxicação, 38,19% envolvem crianças com até 9 anos de idade. Em todo o
país, conselhos de farmácias e redes farmacêuticas fazem hoje (5), Dia
Nacional do Uso Racional de Medicamentos, campanhas para conscientizar a
população e enfatizar o papel do farmacêutico em orientar quem precisa
de medicamentos.
De acordo com o Sistema Nacional de Informações
Toxicológicas, em 2012, 27 mil pessoas se intoxicaram com medicamentos
no país. Esse tipo de intoxicação corresponde a um terço do total
registrado no sistema e é a principal causa de intoxicação no Brasil.
Entre as crianças, as circunstâncias mais comuns são a ingestão
acidental ou erros de administração.
"É preciso e urgente
melhorar a forma como os medicamentos são distribuídos, dispensados,
administrados e utilizados, para que eles cumpram o seu papel como
instrumentos para prevenir, controlar e curar doenças. Reduzir o uso de
medicamentos sem a devida orientação profissional, ou seja, a
automedicação, é apenas uma das frentes desse trabalho. Temos inúmeros
outros problemas a resolver”, diz o vice-presidente do Conselho Federal
de Farmácia (CFF), Valmir de Santi.
“Mesmo tendo em mãos a
prescrição, é importante para a redução de danos e o sucesso do
tratamento que as pessoas consultem o farmacêutico para se inteirar
sobre a melhor forma de utilização dos medicamentos, a identificação de
eventuais problemas relacionados ao seu uso e o monitoramento do sucesso
do tratamento”, acrescenta o vice-presidente do CFF.
O CFF e os
conselhos regionais de farmácia em todo o país aderiram ao Desafio
Global da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e da Organização
Mundial da Saúde (OMS) para 2017, que tem como meta reduzir em 50% os
danos graves e evitáveis associados a medicamentos, nos próximos cinco
anos.
Atualmente, segundo a OMS, mais de 50% de todos os
medicamentos são incorretamente prescritos, dispensados e vendidos; e
mais da metade dos pacientes que os utilizam o fazem incorretamente.
Ao
longo da semana, os conselhos regionais desenvolvem ações educativas.
As atividades para que a meta seja cumprida, entretanto, devem se
estender ao longo de todo o ano.
Papel dos farmacêuticos
Com
a Lei 13.021/2014, as farmácias deixaram de ser apenas estabelecimentos
comerciais e passaram à condição de prestadoras de serviços de
assistência à saúde. Desde a promulgação da norma, a Associação
Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), que reúne as
27 maiores redes de farmácias do país e representam 44% das vendas de
medicamentos, têm promovido campanhas de conscientização.
Hoje,
quem visitar uma farmácia associada vai receber orientação sobre o uso
adequado de medicamentos, os perigos da automedicação, reações adversas,
adesão ao tratamento prescrito pelo médico, riscos da superdosagem ou
subdosagem e até sobre o descarte apropriado de remédios.
“A
gente tem uma barreira natural que é a barreira do entendimento do
paciente. Seja porque é pequeno o tempo com o médico, seja porque o
paciente tem vergonha de perguntar. Isso facilita uma série de coisas
que podem levar à intoxicação”, explica o presidente executivo da
Abrafarma, Sergio Mena Barreto.
Segundo ele, os pacientes têm
diversas dúvidas, entre elas, se é possível tomar o medicamento em jejum
ou se existe algum risco em ingeri-lo junto com outro medicamento.
“Tudo isso impacta na saúde do paciente”.
Segundo ele, o
farmacêutico tem o papel de orientar o cliente e explicar como deve ser
ministrado o medicamento. O profissional deve também incentivar a
leitura da bula, que traz importantes informações sobre os medicamentos
para o paciente.
Fonte: Agência Brasil
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