As entidades do setor produtivo criticaram o aumento de tributos sobre os combustíveis,
anunciado hoje (20) pelo governo. Por meio de notas oficiais, a
Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Federação das Indústrias do
Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e do Estado de São Paulo (Fiesp)
informaram que a medida atrasará a recuperação da economia e que o
governo deveria ter buscado outras formas de equilibrar as contas
públicas e garantir o cumprimento da meta fiscal para este ano.
“Ministro
[da Fazenda, Henrique Meirelles], aumentar imposto não vai resolver a
crise; pelo contrário, irá agravá-la bem no momento em que a atividade
econômica já dá sinais de retomada, com impactos positivos na
arrecadação em junho. Aumento de imposto recai sobre a sociedade, que já
está sufocada, com 14 milhões de desempregados, falta de crédito e sem
condições gerais de consumo”, destacou o presidente da Fiesp, Paulo
Skaf, em nota publicada na página da entidade na internet.
De
acordo com Skaf, o governo deveria concentrar-se no corte de gastos e na
melhoria da gestão do Estado, em vez de aumentar tributos. “Todos sabem
que o caminho correto é cortar gastos, aumentar a eficiência e reduzir o
desperdício”, disse. Ele acrescentou que a posição da Fiesp contrária à
alta de tributos é apartidária e não depende de governos.
A
sugestão da Fiesp é parecida com a da CNI. Em nota, o presidente da
confederação, Robson Braga de Andrade, ressaltou que a medida provoca
prejuízos tanto para o consumidor como para as empresas. “A elevação dos
tributos drena recursos do setor privado para o setor público. Provoca o
aumento dos custos das empresas e reduz o poder de compra das famílias,
o que prejudica o crescimento da economia”, comentou.
Para a
CNI, o equilíbrio das contas públicas deve ser perseguido pela contenção
dos gastos, em vez do aumento dos impostos. A entidade recomendou a
aceleração das reformas estruturais, principalmente a da Previdência
Social, para melhorar o ambiente de negócios e buscar o ajuste fiscal no
longo prazo. Segundo a CNI, somente as reformas restabelecerão a
confiança dos empresários e dos consumidores e farão a economia
recuperar-se.
No mesmo tom, a Firjan defendeu em nota que "a
saída para a crise fiscal não passa por mais aumento de impostos, mas na
adequação dos gastos públicos ao novo cenário econômico e na urgência
da aprovação da reforma da Previdência”, disse em nota.
A
entidade destacou que no estado do Rio de Janeiro será atingido um novo
recorde de fechamento de empresas em 2017 e que não é o momento de
onerar o custo do transporte e da produção para as indústrias. Para a
Firjan, o aumento de tributos pode resultar em queda “e não em aumento
da arrecadação, simplesmente porque o próprio fisco está expulsando os
contribuintes da base de arrecadação tributária”.
Fonte: Agência Brasil
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