Tendo por base levantamentos feitos por associações e confederações
ligadas ao comércio e serviços, bem como por órgãos e autarquias como
Banco Central e Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), o
Ministério do Planejamento divulgou ontem (17) um estudo que tenta
identificar efeitos causados pela liberação de recursos das contas
inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) na economia. De
acordo com o estudo, boa parte desses recursos (36%) foi utilizada para
a quitação de dívidas.
O levantamento tem como referência dados
da Caixa Econômica Federal (Caixa) que apontam a injeção de R$ 41,8
bilhões na economia por meio da liberação de inativos do FGTS. Os
valores foram sacados entre os dias 10 de março e 12 de julho.
Os
saques foram efetuados a partir de cerca de 25 milhões de contas
inativas, superando as expectativas anunciadas durante as projeções
iniciais, que previam que apenas 70% dos saques fossem efetivados, o que
resultaria na retirada de R$ 43,6 bilhões dessas contas.
De
acordo com dados do Banco Central, houve uma redução de 4,5% do uso do
cheque especial em abril; e uma queda do uso do cartão de crédito, de
15,7% em março para 5,7% em abril. Ainda segundo o estudo, houve uma
“redução do endividamento das famílias” após o início dos saques,
passando de 23,4% da renda que estava disponível em fevereiro para 23,2%
da disponível em abril. Esses percentuais não consideram endividamentos
relacionados ao crédito habitacional. A inadimplência caiu 0,1 ponto
percentual de fevereiro para maio, caindo de 6% para 5,9%.
Para
apontar efeitos positivos que estariam relacionados à liberação dos
recursos do FGTS, o ministério citou dados da Confederação Nacional do
Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que indicam recuo de 2,4% do
endividamento das famílias na comparação de março de 2017 com março de
2016; e de 1,7% quando a base de comparação é o mês de junho. Ainda
tendo como base levantamento da CNC, o estudo diz que 80% do valor dos
saques do FGTS foram direcionados a três segmentos: vestuário e
calçados; hiper e supermercados; e móveis e eletrodomésticos.
A
partir de dados do IBGE, o Planejamento apontou aumento da atividade do
comércio e de serviços nos meses de março, abril e maio de 2017. O
comércio varejista cresceu 1,7% em abril, na comparação com o mesmo mês
do ano anterior; e 2,4% em maio. Já o de serviços “reduziu a queda”, se
comparado ao mesmo mês do ano anterior, em -5,7% em abril para -1,9% em
maio.
Também foram apontados indicadores da Associação Brasileira
de Supermercados (Abras) indicando que em abril as vendas em
supermercados aumentaram 6,3% na comparação com abril de 2016. Em maio
esse aumento ficou em 1,1%. Os dados da Associação Brasileira da
Indústria de Eletroeletrônicos (Abinee), apontam que as vendas de
celulares apresentaram uma alta média de 20% no período entre março e
maio, na comparação com o mesmo período de 2016.
Já os dados da
Fenabrave, apontam que o total de licenciamentos de carros novos feitos
em abril são 7% maiores do que os registrados em abril de 2016. Esses
percentuais aumentam para 11,5% e 18,9% nos meses de maio e junho,
respectivamente.
Fonte: Agência Brasil
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