O reajuste nas alíquotas do Programa de Integração Social (PIS) e a
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre a
gasolina, o diesel e o etanol já é sentido em postos de gasolina de todo
país. Segundo o presidente da Federação Nacional do Comércio de
Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), Paulo Miranda Soares, o
aumento já foi repassado pelas distribuidoras desde a 0h desta
sexta-feira (21).
“O combustível já foi bombeado pelas
distribuidoras com aumento e esse valor é repassado logo que acabam os
estoques nos postos de gasolina. O momento para esse reajuste foi
péssimo, onde a gente ainda está em uma recessão, não saímos da crise.
Atualmente, há uma queda nas vendas de combustíveis e o governo optou
pelo jeito mais fácil para equilibrar suas contas, aumentando impostos”,
destacou.
Soares ressalta que o aumento dos combustíveis pode
gerar um novo aumento em cadeia, em itens como transporte, alimenação e,
por consequência, impactar na inflação do país. A alíquota passou de R$
0,3816 para R$ 0,7925 para o litro da gasolina e de R$ 0,2480 para R$
0,4615 para o diesel nas refinarias. Para o litro do etanol, a alíquota
passou de R$ 0,12 para R$ 0,1309 para o produtor. Para o distribuidor, a
alíquota, atualmente zerada, aumentará para R$ 0,1964.
“O nosso setor trabalha com margens muito apertadas de lucro. É o
único setor do comercio em que se sabe que a média nacional de margem
bruta de lucro é 12%. Acho difícil o empresário do setor absorver todo
esse impacto”, disse.
Distrito Federal
De
acordo com proprietário de rede de postos de gasolina, Wonder Jarjour, a
capital federal estava praticando preços abaixo da realidade do mercado
antes do aumento nos impostos dos combustíveis. No Distrito Federal, o
litro da gasolina podia ser encontrado até ontem por valores próximos de
R$ 2,94, mas já está sendo vendido por até R$ 3,92.
“Além do
aumento imposto, estamos voltando os preços para realidade do mercado.
Com o valor antigo, a margem de lucro estava abaixo de R$ 0,10 por
litro”, explica o empresário. Para Jarjour, a semana será de
instabilidades nos valores, mas a perspectiva é de redução nos preços ao
consumidor.
Em busca dos preços antigos, motoristas circulam
pela cidade e enfrentam longas filas para abastecer seus veículos.
Raquel Gomes, de 32 anos, esperou mais de uma hora para encher o tanque
de seu carro por R$ 3,08 o litro da gasolina.
“O aumento nos
pegou de surpresa, ninguém está preparado para um reajuste desse valor e
se o combustível aumenta, tudo aumenta junto. O impacto é muito
negativo”, disse.
Já o aposentado José Alexandre Gonçalves, de 82
anos, acredita que o reajuste nos preços é necessário para o controle
das contas do governo federal. “Se cai a arrecadação, o governo é
obrigado a fazer o aumento de impostos. As pessoas precisam entender
isso, mas preferem o quanto pior, melhor”, afirmou.
Fonte: Agência Brasil
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