A taxa de desemprego caiu para 13% no segundo trimestre deste ano
(abril/junho) na primeira queda significativa do indicador desde o fim
de 2014. O recuo chegou a 0,7 ponto percentual em relação ao trimestre
anterior (janeiro/março deste ano.). No mesmo trimestre do ano passado
(abril-junho), o desemprego atingia 11,3% da População Economicamente
ativa do país.
A constatação é da Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios (Pnad) Contínua que o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) divulgou hoje (28), no Rio de Janeiro . No trimestre
imediatamente anterior, a taxa de desocupação estava em 13,7%.
Os
novos números indicam que a população desocupada fechou o segundo
trimestre do ano em 13,5 milhões de pessoas, recuando 4,9% (menos 690
mil desocupados) em relação ao trimestre móvel anterior, mas ficou 16,4%
acima do contingente estimado no mesmo trimestre móvel de 2016.
O
IBGE informou, ainda, que a população ocupada é de 90,2 milhões no
segundo trimestre. Ela cresceu 1,4%, o que significa que mais 1,3 milhão
de pessoas ingressaram no mercado de trabalho, em relação ao trimestre
janeiro-março de 2017.
Informalidade
Apesar
da redução da taxa de desemprego do país, que caiu de 13,5% para 13%, o
coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, ressaltou
que o crescimento do emprego se deu mas pelo lado da informalidade,
envolvendo pessoas sem carteira assinada ou trabalhando por conta
própria.
“Tivemos uma redução na taxa [de desocupação], com o
aumento da população ocupada e queda no número de desocupados. Mas,
infelizmente, a ocupação cresceu pelo lado da informalidade, ou seja, há
mais pessoas sem carteira e por conta própria, que não têm garantias
trabalhistas”.
O coordenador do IBGE destaca que os grupamentos
de atividade nos quais o emprego cresceu foram a Indústria e os
Transportes. “Na indústria cresceu principalmente por causa da indústria
alimentícia e fundamentada em postos de trabalho informais. Já nos
transportes, a alta foi em função do aumento do número de motoristas de
passageiros”, ressaltou Cimar.
Carteira assinada
Os
dados do IBGE indicam que o país perdeu em um ano 1,1 milhão de postos
de trabalho com carteira assinada. No trimestre abril-junho deste ano, o
país tinha 33,3 milhões de pessoas empregadas com carteira assinada,
mostrando estabilidade frente ao trimestre imediatamente anterior
(janeiro-março), mas recuando 3,2% em relação ao mesmo trimestre móvel
de 2016 (- 1,1 milhão de pessoas com carteira assinada).
No
entanto, comparados os dados atuais com o último trimestre de 2014,
quando o país tinha 36,5 milhões de empregos com carteira, percebe-se
uma queda maior. Os números indicam que o mercado perdeu neste período
3,2 milhões de postos de trabalho formais. “O mercado reage por um
retrato de 2017. Mas olhando o passado, vemos que há muito que caminhar
para recompor o que foi perdido desde que começou a crise”, disse.
O
coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE explica que ”tivemos uma
redução na taxa, com o aumento da população ocupada e queda no número de
desocupados. Mas, infelizmente, a ocupação cresceu pelo lado da
informalidade, ou seja, há mais pessoas sem carteira e por conta
própria, que não têm garantias trabalhistas”.
Cimar lembrou que
os grupamentos de atividade nos quais o emprego cresceu foram a
Indústria e os Transportes. Segundo ele, “a indústria cresceu
principalmente por causa da indústria alimentícia e fundamentada em
postos de trabalho informais. Já nos transportes, a alta foi em função
do aumento do número de motoristas de passageiros”.
O número de
empregados sem carteira de trabalho assinada fechou junho em 10,6
milhões de pessoas, um crescimento de 4,3% no trimestre – o equivalente a
mais 442 mil pessoas. Já em relação ao mesmo trimestre do ano passado, o
crescimento foi de 5,4% - o equivalente a mais 540 mil pessoas.
As
22,5 milhões de pessoas que trabalhavam por conta própria no trimestre
encerrado em junho foram 1,8% maior quando comparadas com o trimestre
anterior (mais 396 mil pessoas), mas houve recuo de 1,8% em relação ao
mesmo trimestre de 2016 (menos 415 mil pessoas).
Já o número de
empregadores ficou estável em 4,2 milhões de pessoas frente ao trimestre
imediatamente anterior e cresceu 13,1% (mais 484 mil pessoas) em
relação ao mesmo trimestre de 2016. Já entre os trabalhadores domésticos
(6,1 milhões de pessoas) a ocupação mostrou-se estável em ambos os
trimestres comparativos.
Desemprego em 2014
As
informações da pesquisa indicam que a última queda da taxa de
desocupação desde o início da série histórica em 2012 havia ocorrido na
passagem do terceiro para o quarto trimestre de 2014, quando a taxa de
desemprego caiu de 6,8% para 6,5%. “Desde então, a taxa [de desocupação]
subiu ininterruptamente e o mercado de trabalho do país se deteriorou”,
informou o IBGE.
O instituto lembrou que, no trimestre
outubro-dezembro de 2014, a população desocupada do país era de 6,5
milhões de pessoas. Hoje, situa-se em 13,5 milhões de pessoas. “De 2014
para junho de 2017, o número de desocupados mais do que duplicou,
chegando ao auge no trimestre janeiro-março de 2017, quando o país tinha
14,2 milhões de pessoas desempregadas.
Na última edição da
pesquisa, no trimestre fechado em abril, o número recuou 4,9%, o que
representou menos 690 mil pessoas procurando trabalho. Apesar disso,
neste segundo trimestre de 2017, o país ainda tem 13,5 milhões de
desocupados.
Rendimento
O rendimento
médio real habitual das pessoas ocupadas fechou junho em R$ 2.104,
mantendo-se estável frente ao trimestre janeiro/março de 2017, quando
era de R$ 2.125 e, também, em relação ao mesmo trimestre de 2016 (R$
2.043). Já a massa de rendimento real habitual das pessoas ocupadas
fechou junho em R$ 185,1 bilhões, mostrando estabilidade em ambas as
comparações.
A força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas)
no trimestre de abril a junho de 2017 foi estimada em 103,7 milhões de
pessoas, registrando crescimento de 0,6% (mais 599 mil pessoas)
comparada ao trimestre janeiro/março de 2017 e de 1,3% (mais 1,3 milhão
de pessoas) em relação ao mesmo trimestre de 2016. Já a população fora
da força de trabalho (64,4 milhões de pessoas) manteve-se estável em
ambas as comparações.
Fonte: EBC
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