A cada 16,8 segundos, uma tentativa de fraude é aplicada no país. Só
de janeiro a maio, o Brasil acusou 782.244 tentativas de golpes. O
segmento de telefonia foi o mais afetado no acumulado do ano, sendo
responsável por 38,6% do total, com 301.956 ocorrências.
Neste
tipo de golpe, dados de consumidores são utilizados por criminosos para
abertura de contas de celulares ou compra de aparelhos, por exemplo. Os
dados são do Indicador Serasa Experian de Tentativas de Fraude e foram
divulgados ontem (25), em São Paulo.
Quando a fraude na telefonia
funciona, ela serve como uma porta de entrada para os fraudadores
aplicarem golpes de maior valor em outros setores da economia. Os
golpistas costumam comprar telefones para ganharem um comprovante de
residência e, assim, abrir contas em bancos para pegar talões de cheque e
cartões de crédito e, ainda, fazer empréstimos bancários em nome de
outras pessoas.
O setor de Serviços vem em seguida no ranking
de segmentos com mais tentativas de fraude identificadas de janeiro a
maio deste ano: 233.092, representando 29,8% do total. Em terceiro lugar
estão os bancos e as financeiras com 23,9% de participação e 187.203
tentativas. O quarto setor mais afetado pelas tentativas nos cinco
primeiros meses do ano foi o varejo, com 47.452 tentativas e
participação de 6,1%. Os demais segmentos representaram 1,6% do total.
Em
maio deste ano, 164.988 tentativas de fraude foram aplicadas em todos
os segmentos, o que representa um aumento de 19,7% em relação a abril do
mesmo ano, quando o indicador apontou 137.856 tentativas. Na comparação
de maio deste ano em relação ao mesmo período de 2016, o crescimento
nas tentativas foi de 12,3%.
Golpes têm ambiente propício
Segundo
economistas da Serasa Experian, a volta gradativa do consumidor ao
mercado de crédito após dois anos de recessão econômica pode estar
estimulando os fraudadores a aplicar golpes, já que muitas vezes eles
consideram os períodos de maior movimentação como ambiente propício.
O
Indicador Serasa Experian da Demanda do Consumidor por Crédito apontou
crescimento de 2,1% no primeiro semestre deste ano, na comparação com o
mesmo período do ano anterior, na quantidade de pessoas que buscou
crédito no país.
Segundo estudos da Serasa, basta perder um
documento pessoal para dobrar a probabilidade de o cidadão ser vítima de
um golpe, já que os dados pessoais de um consumidor são usados por
terceiros para firmar negócios sob falsidade ideológica ou obter crédito
sem a intenção de honrar os pagamentos.
Para se prevenir, quem teve documento extraviado deve cadastrar um alerta gratuito na Serasa pelo www.serasaconsumidor.com.br/servicos-roubo-perda-de-documentos/,
além de fazer um Boletim de Ocorrência numa delegacia policial. O
registro ajuda a reduzir o risco e evita a dor de cabeça de ter dados
pessoais utilizados por fraudadores.
Perda ou roubo de documento
Com
o alerta, o serviço avisa às empresas que consultam seus produtos sobre
a perda ou roubo do documento quando este for utilizado para abertura
de conta em bancos, compra de bens e serviços, pagamentos etc. Assim,
antes de efetuar a compra, por exemplo, estas empresas poderão tomar
algumas atitudes preventivas, como solicitar outros tipos de documentos
para comprovar a identidade, por exemplo.
Outras ações podem
ajudar o consumidor a se proteger das fraudes. Uma das dicas é não
perder de vista seus documentos de identificação quando solicitados para
protocolos de ingresso em determinados ambientes ou quaisquer negócios.
Do mesmo modo, não deixar que atendentes de lojas e outros
estabelecimentos levem seus cartões bancários para longe de sua presença
sob a alegação de efetuar o pagamento.
Também é necessário tomar
cuidado ao digitar a senha do cartão de débito/crédito na hora de
realizar pagamentos, principalmente na presença de desconhecidos. Outra
dica é não informar os números dos seus documentos quando preencher
cupons para participar de sorteios ou promoções de lojas.
Nas
compras por meio da internet a atenção deve ser ainda redobrada. Ao
ingressar em um site, é importante verificar se há certificado de
segurança. Para isso, basta checar se o http do endereço vem acompanhado
de um “s” no final (https). Há ainda certificados que ativam um
destaque em verde na barra do navegador.
Outra dica é não fazer
cadastros em sites que não sejam de confiança. Também tenha cuidado com
sites que anunciam ofertas de emprego ou produtos por preços muito
inferiores ao mercado. A Serasa ainda aconselha a não compartilhar dados
pessoais nas redes sociais que podem ajudar os golpistas a se passar
pelo consumidor, assim como manter atualizado o antivírus do computador,
diminuindo os riscos de ter seus dados pessoais roubados por arquivos
espiões.
O consumidor ainda deve evitar realizar qualquer tipo de
transação financeira utilizando computadores conectados em redes
públicas de internet. Se isso não for possível, ao usar computadores
compartilhados, é prudente verificar se fez o log off das suas contas
(e-mail, internet banking, etc).
Principais tentativas de golpe
De acordo com o indicador, existem diversas formas de tentativas de golpe. Conheça as principais:
Compra de celulares com documentos falsos ou roubados.
Emissão
de cartões de crédito: o golpista solicita um cartão de crédito usando
uma identificação falsa ou roubada, deixando a conta para a vítima e o
prejuízo para o emissor do cartão;
Financiamento de eletrônicos: o
golpista compra um bem eletrônico (TV, aparelho de som, celular etc.)
usando uma identificação falsa ou roubada, deixando a conta para a
vítima;
Abertura de conta: golpista abre conta em um banco usando
uma identificação falsa ou roubada, deixando a conta para a vítima.
Neste caso, toda a cadeia de produtos oferecidos (cartões, cheques,
empréstimos pré-aprovados) potencializa possível prejuízo às vítimas,
aos bancos e ao comércio;
Compra de automóveis: golpista compra o automóvel usando uma identificação falsa ou roubada, deixando a conta para a vítima.
Fonte: Agência Brasil
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